Economia local

Maratona de Brasília gera 800 empregos diretos para o DF

Tradicional corrida de rua, apoiada pelo Correio Braziliense, celebra o aniversário da cidade e movimenta setores de transporte, hospedagem e alimentação

Correio Braziliense
postado em 21/04/2024 06:00
Luciene França é uma das profissionais temporárias que participaram da organização da competição: oportunidade de renda extra e convivência -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Luciene França é uma das profissionais temporárias que participaram da organização da competição: oportunidade de renda extra e convivência - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Por Júlia Giusti* — A cidade da alvorada completa, hoje, 64 anos. E para comemorar o aniversário da capital, a tradicional Maratona de Brasília toma as ruas. A prova, que tem apoio do Correio e nesta edição foi organizada pela Bruno Atleta Eventos, começou ontem e vai até hoje, com percursos de 3km, 5km, 10km, 21km e 42km saindo da Esplanada dos Ministérios. O evento promete gerar cerca de 800 empregos diretos, atraindo corredores de diversas regiões do país e movimentando a economia do Distrito Federal.

De acordo com Silvio de Lima, um dos diretores técnicos do evento, a maratona espera receber de cinco a seis mil atletas em 2024. Para comportar a infraestrutura necessária aos corredores, um grande planejamento de logística vem sendo feito desde novembro do ano passado. Ele explica que a organização da prova é feita, principalmente, por meio da contratação de profissionais temporários que estão registrados em um banco de talentos.

"Muitas pessoas nos procuram para fazer parte do banco. Eu recebo muitas mensagens nas redes sociais e também pessoalmente, até mesmo no dia do evento, quando nós estamos trabalhando. O pessoal chama pelo canto, tanto atletas quanto familiares que os acompanham, e a gente explica como funciona", diz.

A 20 dias do evento, a organização começa a trabalhar com mais intensidade, com equipe definida. Essa etapa final de preparação gera empregos diretos aos colaboradores. As atividades envolvem a entrega dos kits, fechamento das vias e montagem das estruturas, nos dias anteriores, e distribuição de água, limpeza e entrega de medalhas, durante a competição.

"Nós temos gente de todos os perfis: pessoas mais idosas, famílias completas, com a mãe, o pai e os filhos, funcionários públicos, assalariados ou desempregados. É um público de todas as idades e classes sociais, desde moradores do Plano Piloto até das cidades do Entorno. Eles veem nisso uma oportunidade de recurso financeiro e, também, de estar em comunidade", afirma Silvio.

Lucienne França, de 42 anos, é moradora de Ceilândia e participou da entrega dos kits de corrida durante os três dias que antecederam as provas, além de atuar na área administrativa nos dois dias de corrida. Ela conta que começou a trabalhar como freelancer em eventos há cerca de dois anos, por indicação de uma amiga da locadora de veículos onde trabalha como assistente administrativa.

Ela conta que quem trabalha na organização da maratona costuma se deslocar para o evento por meio de carona solidária: "No dia da corrida, quem tem carro passa para buscar os que moram perto, porque geralmente a gente tem que chegar mais cedo. No grupo mesmo, nós nos entendemos."

Em sua visão, essa boa convivência entre os colegas é o grande diferencial de organizar um evento desse porte. "Eu gosto muito da equipe, a gente é muito unido e veste a camisa mesmo. Então, tem um ajudando o outro, sem muita cobrança. É um ambiente saudável para trabalhar", relata.

Silvio de Lima
"É um público de todas as idades e classes sociais, desde moradores do Plano Piloto até das cidades do Entorno, que veem nisso uma oportunidade de recurso e de estar em comunidade", diz Silvio de Lima, diretor da Maratona (foto: Arquivo Pessoal)

Além dos empregos gerados que têm relação direta com a organização, o evento também contribui com a economia do DF ao movimentar a procura por serviços de transporte, hospedagem e alimentação, aponta Silvio de Lima.

"Não é apenas o pessoal da montagem, da arena e da parte da produção. Nós estamos envolvendo outros comércios também. Os atletas que estão vindo de fora da cidade para a corrida procuram meios de transporte. O setor hoteleiro também acaba sendo impactado pela presença de muitas pessoas de outros estados. Além disso, tem a procura por restaurantes e bares. Sem contar os trabalhadores ambulantes que vendem seus produtos na região. Tudo isso é recurso entrando para nossa cidade", destaca.

*Estagiária sob a supervisão de Priscila Crispi

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