EuEstudante
postado em 28/12/2025 06:00 / atualizado em 28/12/2025 06:00
Gabriel Pedrozo, 17 anos, optou por fazer curso técnico de eletricista industrial / Gabriel Fagundes, 19 anos, escolheu seguir a carreira de empresário após o término da escola - (crédito: Arquivo Pessoal)
* Por Ian Vieira
A pressão para a escolha do melhor caminho a seguir, depois da conclusão do 3º ano do ensino médio, é um dos principais motivos de ansiedade entre os jovens. Especialistas afirmam que esse sentimento é natural e decorre da importância da transição da adolescência para a vida adulta, com novas responsabilidades e ambientes.
Ana Claudia Favano, gestora da Escola Internacional de Alphaville, localizada em Barueri (SP), falou sobre as principais escolhas dos estudantes após terminar o ensino médio: “Entre os caminhos mais buscados, estão a graduação universitária, cursos técnicos e profissionalizantes, intercâmbios acadêmicos ou culturais, experiências iniciais de trabalho e projetos empreendedores”
De acordo com Favano, para avaliar a opção mas sensata, o estudante precisa considerar o próprio perfil e seus interesses. “Refletir sobre o que ele deseja desenvolver em curto e médio prazo, seja aprofundamento acadêmico, experiência prática ou amadurecimento pessoal, ajuda a tomar decisões mais alinhadas à própria realidade”. O estudante recém-formado Gabriel Pedrozo, 17 anos, planeja iniciar a carreira seguindo os passos do pai. “Pretendo fazer um curso técnico para eletricista industrial na Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec) de Catanduva (SP), visando trabalhar na firma dele”, disse. “Ter um curso profissionalizante de qualidade e receber para estudar são as melhores opções para o que pretendo e para meu contexto atual”
O curso técnico e profissionalizante para eletricista industrial que interessa a Pedrozo tem duração de dois anos, mas o jovem não descarta a graduação posteriormente. “A faculdade é de extrema importância, mas fiz a escolha com a família. Pretendo me inserir no mercado de trabalho e, depois, buscar um diploma superior”. A coordenadora pedagógica do colégio Progresso Bilíngue, Fernanda Silveira, destacou a importância da participação e do auxílio dos pais e responsáveis na escolha dos adolescentes. “A contribuição da família ocorre quando há diálogo aberto e apoio emocional. Ouvir o jovem, respeitar as dúvidas e evitar comparações com irmãos ou colegas são atitudes essenciais. É importante compreender que cada trajetória tem o próprio ritmo e que apoiar não significa controlar ou decidir pelo estudante. Demonstrar confiança, acolher incertezas e ajudar na reflexão prática, sem impor expectativas, fortalece a segurança emocional do jovem nesse período”, explicou.
Gabriel Fagundes, 19, começou no ramo empresarial ainda durante o ensino médio, ao abrir uma loja de suplementos. Depois da formatura na escola, abriu uma empresa de marketing focada em lançamentos e em alavancar resultados para empreendedores. O jovem explicou por que optou por um caminho diferente, ao inserir-se no mercado de trabalho, como empreendedor: “Eu sempre tive o sonho de ser policial militar, mas, também, sempre quis construir uma marca com a minha própria identidade, além de ter liberdade financeira — o que a carreira militar não me proporcionaria. Pensei o que eu almejava para o futuro em relação a padrão de vida e percebi que teria que renunciar a esse sonho para seguir uma carreira baseada na razão”.
A diretora pedagógica do Brazilian International School, Audrey Taguti, afirma que as decisões tomadas ao fim do ensino médio não precisam ser definitivas. “Uma forma eficaz de ajudar é apresentar trajetórias reais, mostrando que muitas pessoas mudaram de curso, de profissão ou de área ao longo da vida. É importante reforçar que a primeira escolha é um ponto de partida, não um compromisso permanente. Conversas francas sobre o mercado de trabalho atual, dinâmico e em constante transformação, ajudam o jovem a entender que flexibilidade e aprendizado contínuo são competências essenciais. Quando ele compreende que pode ajustar o caminho durante o amadurecimento, a decisão deixa de ser um peso e passa a ser uma experiência de construção.”
* *Estagiário sob a supervisão de Ana Sá