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Novo Ensino Médio: plataforma auxilia escolas a organizarem itinerários

Teste da plataforma aprovado pela Secretaria de Educação de São Paulo atende 27 escolas na região e busca expandir ainda mais

Arthur Vieira*
postado em 19/01/2022 19:27 / atualizado em 19/01/2022 19:52
Regina Crestani, psicóloga, diretora escolar e coautora do IDEM -  (crédito: Arquivo pessoal)
Regina Crestani, psicóloga, diretora escolar e coautora do IDEM - (crédito: Arquivo pessoal)

Aprovada em 2017 e prestes a ser implementada neste ano, a lei do Novo Ensino Médio ainda é pauta de muitas discussões e polêmicas. Por conta disso, a Vetor Editora, empresa voltada para pesquisa, desenvolvimento e geração de conhecimento na área psicopedagógica, lançou a plataforma IDEM, focada justamente em auxiliar as escolas a organizar os itinerários e os estudantes a escolher quais deles mais se adequam aos seus interesses.

Conforme explica o Ministério da Educação (MEC), os itinerários são um conjunto de disciplinas, projetos, oficinas, núcleos de estudo, entre outras situações de trabalho, que os estudantes poderão escolher no ensino médio.

O Novo Ensino Médio é um sistema de aprendizagem baseado em uma grade curricular ampliada (de 2400 horas antes para 3000 agora), porém mais flexível, porque nela consta agora os itinerários formativos. Assim, neste sistema, fica possível ao aluno focar em uma área do conhecimento durante esse período, além de poder optar por ter também uma formação técnica e profissionalizante.

Das 3.000 horas obrigatórias na grade, 1.800 ficarão para as matérias da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e 1.200 para os itinerários. As escolas devem oferecer itinerários de pelo menos uma das cinco áreas do conhecimento, são eles: matemáticas e suas tecnologias, linguagens e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas e formação técnica e profissionalizante; é aí onde o estudante escolherá onde quer aprofundar seus conhecimentos.

Para tornar a gestão destes itinerários mais fácil, além de dar melhor direcionamento aos alunos na escolha deles, a IDEM realiza testes para verificar quais itinerários são melhores para cada estudante, conforme perfil e desejos de carreira, como um teste vocacional. Segundo Regina Crestani, coautora do teste, a plataforma é uma maneira de prestar auxílio aos alunos desde antes de entrar no ensino médio, uma vez que é uma escolha muito desafiadora de se fazer, ainda mais nessa faixa etária. “Muitas vezes os estudantes, por uma questão de imaturidade por conta da idade, não têm essa clareza, e o teste os elucida neste sentido”, explica.

Crestani também ressaltou a importância do teste para evitar a evasão escolar. Segundo a psicóloga e orientadora, a proposta de uma escola de usar a plataforma para buscar saber os interesses e as necessidades do aluno o motiva a continuar estudando, e igualmente incentiva os pais desses estudantes a manterem seus filhos naquela escola. Além disso, ela explica que o teste ajudará com que se evite as evasões nas universidades, ou trocas constantes de curso. Para ela, muito disso se dá por conta de escolhas mal feitas, sem preparo ou até sem conhecimento prévio da situação.

Regina se mostra a favor da implementação do Novo Ensino Médio. Para ela, a proposta vai ao encontro com o desejo dos estudantes, o que facilitaria o processo para que o aluno realmente busque aquilo que ele quer, e que ele tenha condições de fazer a melhor escolha profissional possível. “Quando você trabalha por áreas do conhecimento, por itinerários formativos, você não está se direcionando só para um curso específico. Parece que a intenção é de ‘afunilar’, mas pelo contrário, isso abre possibilidades para que o estudante enxergue o mercado de várias formas”, explica.

A IDEM atende 27 escolas e pretende aumentar o número exponencialmente em 2022. Recentemente, foi aprovada no edital de tecnologias educacionais da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, podendo ser implementada em todas as escolas estaduais que desejarem usar a plataforma. 

*Sob a supervisão da subeditora Ana Luisa Araujo

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