A União Europeia (UE) não reconhece Alexander Lukashenko como presidente de Bielorrússia, um dia depois de sua posse para o sexto mandato presidencial, anunciou nesta quinta-feira (24/9) o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell.
"A eleição de 9 de agosto não foi livre nem equitativa. A União Europeia não reconhece os resultados falsificados. Em consequência, a suposta 'posse' de 23 de setembro e o novo mandato que invoca Alexander Lukashenko não têm nenhuma legitimidade democrática e contradizem diretamente a vontade de amplos setores da população bielorrussa", afirmou Borrel em um comunicado.
Lukashenko, cuja reeleição é questionada por grandes protestos nas ruas de Minsk, prestou juramento de maneira inesperada na quarta-feira em uma cerimônia que só foi divulgada após o encerramento.
O anúncio provocou novas manifestações da oposição nas ruas do país Minsk, atos reprimidos com violência: 364 pessoas foram detidas, 252 delas em Minsk.
"Esta 'posse' contradiz diretamente a vontade de amplos setores da população bielorrussa, expressada em várias manifestações pacíficas e sem precedentes (...) e agravará a crise política do país", destacou Borrell.
"Em vista da atual situação, a UE está revisando suas relações com Belarus", completou, sem revelar detalhes.
Lukashenko respondeu nesta quinta-feira que não se importa de não ser reconhecido como presidente pelos países ocidentais.
"Estão gritando que não nos reconhecem. Nunca pedimos que nos reconheçam, que reconheçam nossas eleições, que reconheçam nosso presidente reeleito", disse Lukashenko, de acordo com a agência estatal Belta, falando dele no plural, ao receber o embaixador chinês.
Além da UE, a Alemanha, os Estados bálticos, Polônia e Estados Unidos afirmaram que não reconhecem Lukashenko, no poder desde 1994, como presidente legitimamente eleito de Belarus.
A UE preparou sanções contra 40 pessoas consideradas responsáveis pela repressão e também examina a possibilidade de punições Lukashenko, de acordo com fontes diplomáticas.
Mas a adoção de sanções exige a unanimidade dos Estados membros e o Chipre condiciona sua anuência à adoção de medidas para obrigar a Turquia a interromper a busca de gás nas águas de sua zona econômica.
Dois países, Suécia e Finlândia, se negam a aprovar sanções a Lukashenko para permitir a mediação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) que será presidida pela Suécia, indicaram as mesmas fontes.
A questão será discutida na reunião dos líderes da UE nos dias 1 e 2 de outubro em Bruxelas.
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