A 25 dias das eleições, o candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, apresenta a maior vantagem sobre o presidente republicano, Donald Trump, de toda a campanha eleitoral. De acordo com o site FiveThirtyEight, que fez uma compilação das principais pesquisas de abrangência nacional, Biden teria 51,9% dos votos contra 42,2% para Trump — diferença de 9,7 pontos percentuais.
O recorde anterior tinha sido em julho passado, quando o democrata estava 9,6 pontos à frente do magnata. Por sua vez, a revista Newsweek indicou que o opositor também ampliou a vantagem no Colégio Eleitoral, depois que projeções mostraram os estados de Arizona e de New Hampshire pendendo para os democratas.
Apesar de a desvantagem histórica nas pesquisas ter acendido o sinal de alerta no Partido Republicano, Trump avisou que não participará do debate presidencial de 15 de outubro, em Miami, depois que a Comissão Eleitoral anunciou que o evento teria formato virtual. “Não vou fazer um debate virtual”, disse à Fox News. “É inaceitável para nós”, acrescentou o republicano, que busca um segundo mandato e se recupera da covid-19. “Não vou perder meu tempo em um debate virtual.” A emissora ABC divulgou que, na mesma data, Biden participará, sozinho, de um evento conhecido como “town hall”, uma espécie de sabatina feita pelos próprios cidadãos.
O ex-presidente Barack Obama tem mostrado papel ativo da campanha de Biden, que foi seu vice nos dois mandatos, entre 2009 e 2017. “Nós temos a oportunidade de eleger um líder que unificará esta nação. E este líder é Joe Biden. Não temos tempo a perder”, escreveu o ex-presidente.
Aptidão
Em outro desdobramento, a maioria democrata da Câmara dos Deputados anunciou que apresentará, hoje, uma iniciativa para a criação de uma comissão que avaliará se Donald Trump ou outros presidentes têm capacidade de cumprir as funções do cargo.
Ryan Barilleaux — professor de ciência política da Universidade de Miami — afirmou ao Correio que Trump rejeitou a ideia de um debate virtual com Biden por achar que seria uma admissão de que a covid-19 é mais perigosa do que ele gostaria e que isso poderia fazê-lo parecer fraco. “O desempenho de Trump no primeiro debate parece se basear na ideia de que ele deveria atacar Biden de forma implacável, a fim de mostrar que está no comando. A performance parece ter saído pela culatra”, comentou. As campanhas democrata e republicana devem acentuar as diferenças entre os dois candidatos.
“A estratégia de Biden será a de apresentar-se como um servidor público decente, atencioso, bem informado e experiente. O presidente republicano provavelmente não mudará a estratégia, pois é tarde demais para fazê-lo”, disse Barilleaux. “A única coisa que pode funcionar para Trump é argumentar que a esquerda radical assumiu o controle do Partido Democrata e que Biden cedeu a ela. Ele tentou fazer isso no debate de 29 de setembro, mas seu estilo abrasivo atrapalhou a mensagem.”
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