Comoção

França presta homenagem nacional a professor de história decapitado

O professor Samuel Paty foi assassinado no meio da rua dias após uma aula sobre liberdade de expressão. O pai de uma aluna iniciou a mobilização contra o professor

Agência France-Presse
postado em 21/10/2020 08:59 / atualizado em 21/10/2020 08:59
Esta foto tirada em 20 de outubro de 2020, durante a 'Marche Blanche' em Conflans-Sainte-Honorine, a noroeste de Paris, mostra uma placa dizendo 'Eu sou Samuel. Viva a liberdade de expressão em solidariedade depois que um professor foi decapitado por mostrar aos alunos desenhos animados do Profeta Maomé. -  (crédito: Bertrand GUAY / AFP)
Esta foto tirada em 20 de outubro de 2020, durante a 'Marche Blanche' em Conflans-Sainte-Honorine, a noroeste de Paris, mostra uma placa dizendo 'Eu sou Samuel. Viva a liberdade de expressão em solidariedade depois que um professor foi decapitado por mostrar aos alunos desenhos animados do Profeta Maomé. - (crédito: Bertrand GUAY / AFP)

A França organiza nesta quarta-feira na Universidade Sorbonne uma homenagem nacional a Samuel Paty, professor que foi decapitado na sexta-feira passada em um atentado que chocou o país e levou o governo a adotar medidas contra o islamismo radical.

Sete pessoas, incluindo dois menores de idade, comparecerão nesta quarta-feira a uma audiência com um juiz antiterrorista para o início do processo e eventuais acusações pelo assassinato brutal do professor de História e Geografia em plena rua de Conflans-Sainte-Honorine, ao noroeste de Paris.

Entre as sete pessoas está o pai de uma aluna que iniciou a mobilização contra o professor após uma aula sobre liberdade de expressão em 5 de outubro.

A homenagem acontecerá na presença do presidente Emmanuel Macron na célebre universidade parisiense, a partir das 17H30 GMT (14H30 de Brasília).

O Estado entregará a Legião de Honra a título póstumo e o filho de 5 anos de Paty será declarado "pupilo da nação", uma distinção atribuída aos filhos cujos pais morreram em guerra ou atentados.

Dezesseis pessoas estavam em detenção provisória, incluindo cinco alunos, para tentar compreender como o criminoso encontrou e identificou o professor antes de decapitá-lo, perto da escola em Conflans-Saint-Honorine, na região de Paris.

No centro da investigação estão as mensagens trocadas por Whatsapp entre o autor do crime e o pai da aluna que havia divulgado vídeos com pedidos de vingança popular contra o professor.

Ele criticava o professor por ter exibido caricaturas de Maomé durante uma aula em 5 de outubro.

Poucos dias após a divulgação dos vídeos, Samuel Paty foi decapitado em plena rua por um refugiado de origem chechena de 18 anos, que foi morto em seguida por tiros da polícia.

A família do assassino também está sendo interrogada pela polícia, assim como o militante islamita Abdelhakim Sefrioui, que acompanhou o pai da aluna em sua mobilização nas redes sociais.

Nesta quarta-feira também comparecerão à audiência, assim como dois menores, suspeitos de terem recebido dinheiro do assassino em troca de informações sobre a vítima.

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