Londres, Reino Unido - A cidade de Liverpool, uma das mais afetadas pela covid-19 no norte da Inglaterra, pretende iniciar um programa de testes em larga escala que pode ser ampliado para o restante do país durante a flexibilização do confinamento - anunciou o governo britânico nesta terça-feira (3/11).
A partir de sexta-feira, mais de 500 mil pessoas que vivem, ou trabalham, na cidade terão a possibilidade de fazer um teste de resultado rápido com frequência.
A gigantesca operação começará um dia depois do início do segundo confinamento em toda Inglaterra, com duração prevista de quatro semanas e anunciado no sábado pelo primeiro-ministro Boris Johnson.
Sob restrições há várias semanas, devido à taxa elevada de contágios da cidade, os moradores de Liverpool terão acesso a diferentes tipos de testes, que podem ser feitos em casa, ou em hospitais, assim como em casas de repouso, escolas e locais de trabalho.
Os exames incluem um tipo particularmente rápido que indicará os resultados em uma hora, sem a necessidade de laboratório.
"Os testes ajudarão a identificar as milhares de pessoas na cidade que não têm sintomas, mas que podem infectar outras sem saber", anunciou Johnson em um comunicado.
"Com base no sucesso em Liverpool, nos propomos a distribuir milhões dos novos testes rápidos antes do Natal e a capacitar as comunidades locais para que as utilizem para reduzir a transmissão em suas zonas", completou.
Muito criticado por sua gestão da pandemia e sob pressão das autoridades locais para estabelecer um plano de flexibilização do confinamento, previsto para o início de dezembro, Johnson destacou que "este tipo de teste em massa pode ser uma nova e poderosa arma em nossa luta contra a covid-19".
Na opinião de Alexander Edwards, professor de Tecnologia Biomédica na Universidade de Reading, as autoridades devem ter "prudência ao afirmar que uma testagem em massa transformará a situação em que estamos".
"Os testes só podem reduzir as infecções, se evitarem que os positivos propaguem ainda mais o vírus. Para isto, é essencial dar apoio às pessoas para que entrem em quarentena, caso tenham o vírus, ou tenham estado em contato com alguém que o tenha", explica.
País mais afetado da Europa pela pandemia, o Reino Unido registra quase 47.000 mortes e mais de um milhão de casos desde o início do ano.
De acordo com dados divulgados nesta terça-feira pelo Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês), na semana de 17 a 23 de outubro, Inglaterra e Gales registraram 980 mortes a mais que a média dos últimos cinco anos.
Destas, 978 citavam a covid-19 na certidão de óbito.
Johnson é criticado tanto pelos que consideram que demorou a decidir o segundo confinamento como pelos que alertam que as novas restrições terão consequências graves para uma economia já abalada pelo primeiro confinamento.
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