O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta quarta-feira (16/12) que a "inimizade" dos Estados Unidos com o Irã não terminará com a saída do presidente Donald Trump, cujas relações com o país foram muito tensas.
"Vocês foram testemunhas do que os Estados Unidos de Trump e os Estados Unidos do (ex-presidente Barack) Obama fizeram", disse ele, segundo seu site oficial.
"A inimizade não se limita aos Estados Unidos de Trump e não terminará com sua partida", acrescentou o líder supremo em um discurso a altos funcionários e à família do falecido general Qassem Soleimani.
Chefe da Força Quds, uma unidade de elite encarregada das operações no exterior dos Guardiães da Revolução, Soleimani foi assassinado em 3 de janeiro de 2020, em um ataque aéreo americano perto do aeroporto de Bagdá.
Nos dias seguintes, o Irã disparou mísseis nas bases da coalizão dos Estados Unidos e de outros países no Iraque.
"Não confiem no inimigo, esse é meu conselho", disse o guia supremo, reiterando que o Irã deve dar um passo adiante para "neutralizar" as sanções do governo Trump.
As relações entre Washington e Teerã foram muito tensas desde a Revolução Islâmica de 1979, mas se agravaram depois que Trump chegou à Casa Branca.
Em maio de 2018, o presidente decidiu retirar unilateralmente os Estados Unidos do Acordo de Viena de 2015 sobre o programa nuclear iraniano, assinado com as principais potências. Também restabeleceu as sanções contra Teerã.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, que derrotou Trump na eleição de novembro, expressou sua vontade de retomar a diplomacia com o Irã, mas Khamenei alertou várias vezes que não se deve esperar uma abertura com o Ocidente.
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