Aos 83 anos, Joe Ligon é a pessoa mais velha a ter sido detida na adolescência e também a que passou mais tempo em reclusão nos Estados unidos. Ele foi preso aos 15 anos acusado de participar de uma série de roubos e esfaqueamentos que resultaram na morte de dois idosos, na Filadélfia, e foi condenado a prisão perpétua.
Ainda hoje, 68 anos após a prisão, ele nega o envolvimento nos crimes. Ao longo dessas sete décadas, ele teve oportunidades de deixar a prisão, porém ele não aceitou sair com liberdade condicional. "O conselho estadual de liberdade condicional presumivelmente o teria libertado, mas com a condição de que ele ficasse sob sua supervisão pelo resto de sua vida. Ele optou por não buscar liberdade condicional sob esses termos", explica o advogado Bradley Bridge à CNN.
"Com a condicional, você tem que ver o pessoal da condicional de vez em quando. Você não pode deixar a cidade sem permissão. Isso é parte da liberdade para mim", explicou Ligon ao The Philadelphia Inquirer.
Ligon só conseguiu a tão almejada liberdade em 2021, depois da Justiça aceitar um recurso de que a prisão perpétua por um crime cometido na adolescência é inconstitucional. Em 2017, a Suprema Corte do país já tinha decidido que prisão perpétua para crianças é cruel e que caberia liberdade condicional após 35 anos de prisão. Além disso, não há mais prisão perpétua para crianças desde 2012.
“A criança que cometeu esses crimes em 1953 não existe mais. A pessoa que saiu da prisão em 2021 tem 83 anos, cresceu, mudou e não é mais uma ameaça. Ele retribuiu amplamente à sociedade pelos danos e prejuízos que causou. E agora, é apropriado que ele passe os últimos anos de sua vida em liberdade", disse o advogado.
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