Estados Unidos

Plano de Biden pode impulsionar crescimento global, mas acarreta riscos, diz FMI

O presidente dos Estados Unidos promulgou nesta quinta-feira (11/3) um plano de estímulo de 1,9 trilhão de dólares

Agência France-Presse
postado em 11/03/2021 18:47 / atualizado em 11/03/2021 18:49
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos. -  (crédito: POOL / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos. - (crédito: POOL / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)

O plano de estímulo, promulgado nesta quinta-feira (11/3) pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por 1,9 trilhão de dólares, poderia impulsionar consideravelmente a economia global, afirmou o FMI, mas há riscos de um aumento das taxas de juros e de inflação.

"Vemos repercussões potencialmente significativas para o crescimento global", informou em coletiva de imprensa virtual o porta-voz do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gerry Rice.

A maioria dos países deve se beneficiar de "uma demanda americana mais sólida", acrescentou.

Riscos para os países emergentes

Mas, "devemos estar atentos às ameaças e os países devem permanecer vigilantes e atentos a qualquer risco potencial, inclusive a possibilidade de mudanças bruscas nas taxas de juros", informou o porta-voz do Fundo.

Os mercados financeiros temem que a saída da crise provocada pela pandemia incentive uma recuperação com inflação que leve o Federal Reserve (Fed, banco central americano) a elevar suas taxas de referência antes do previsto para conter o impulso nos preços.

O titular do Fed, Jerome Powell, tem rejeitado reiteradamente esta possibilidade e argumenta que poderia haver uma inflação temporária.

Segundo o FMI, o Federal Reserve e outros bancos centrais devem continuar comunicando de forma "clara, tal como estão fazendo", suas avaliações sobre a economia.

Um aumento nas taxas de juros brusca nos países desenvolvidos pode impactar os custos de refinanciamento da dívida de países emergentes.

O fantasma da inflação

Para os republicanos, que votaram em bloco contra o plano, os riscos de inflação são latentes.

"É um risco entre tantos outros que vamos estar vigiando", declarou na quinta-feira o conselheiro econômico da Casa Branca, Brian Deese, à rede CNN.

Mesmo antes da votação do pacote econômico, vários economistas alertaram que injetar maciçamente dinheiro na economia americana com uma recuperação em andamento poderia gerar um reaquecimento.

Apesar de a maioria dos especialistas - inclusive a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath - avaliar que se houver um aumento dos preços acima do limite de 2% determinado pelo Fed, este seria temporário.

Para o governo, a prioridade é implantar este programa de estímulo para aplacar uma crise que ainda sufoca muitas famílias.

Deese informou que os cheques de 1.400 dólares para as famílias de menor renda começariam a ser enviados este mês.

O governo Biden quer "ver um crescimento forte e robusto este ano e é do que precisamos para voltar rapidamente ao pleno emprego e sair da gravíssima situação na qual nos encontramos", concluiu.

Para a economia americana, o FMI calculou em janeiro expansão de 5,1% do PIB em 2021.

A entidade vai atualizar suas previsões sobre a economia global em 6 de abril, no começo de sua reunião semestral, em um relatório no qual provavelmente seus prognósticos serão revistos para cima.

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