O mais importante representante da religião muçulmana na Espanha foi detido para interrogatório e posteriormente liberado pela Polícia como parte de uma investigação antiterrorista, informaram nesta quarta-feira fontes policiais e do governo.
Tratou-se de Mohamed Ayman Adlbi que, como presidente da Comissão Islâmica da Espanha, CIE, é o mais alto representante do culto muçulmano perante a administração espanhola.
"Ele foi detido ontem à noite (terça-feira, 23/3) e foi solto depois de prestar depoimento", sem acusações contra ele, disse uma porta-voz da Polícia Nacional à AFP.
Junto com ele foram detidas outras duas pessoas, suspeitas de "instrumentalizar uma ONG para financiar atividades de combatentes terroristas". Um dos três detidos foi posto em prisão preventiva, segundo uma fonte judicial, que afirmou que ele seria o tesoureiro de uma federação que faz parte da CIE, a União de Comunidades Islâmicas da Espanha.
Concretamente, segundo a polícia, que iniciou suas investigações sobre o assunto há dois anos, a organização usava "como cobertura a arrecadação de donativos de ajuda humanitária para crianças órfãs sírias".
Mas "uma parte" dos donativos ia parar "em áreas ocupadas por milícias da Al Qaeda com o objetivo de financiar seus combatentes", segundo a polícia.
"Outra parte da arrecadação era dedicada a financiar os gastos de um centro escolar para crianças órfãs situado na zona de conflito, cujas atividades se concentravam no treinamento de futuros mujahedins (combatentes)", acrescentou a mesma fonte.
Ayman Adlbi foi interrogado no âmbito de uma investigação antiterrorista, de acordo com uma fonte do Ministério do Interior.
Em um comunicado publicado na noite de quarta-feira (24/3), Adlbi expressou sua "confiança na Administração da Justiça", mas afirmou que "as suspeitas" eram "infundadas".
O representante religioso manifestou seu "grande desgosto" com a prisão, quando segundo ele tudo poderia ter sido resolvido com uma "entrevista" em uma delegacia de polícia.
Vários meios de comunicação espanhóis apontam que as investigações se concentram em uma rede internacional de financiamento que trabalha para à rede Al-Qaeda e que teria enviado fundos para a Síria.
Contactados pela AFP, nem o Ministério do Interior nem a Polícia confirmaram estas informações publicadas na imprensa.
A investigação é conduzida pela esquadra de informação geral, unidade responsável por assuntos terroristas.
Desde 2015, a Espanha está no nível quatro em cinco de alerta antiterrorista, o que implica um alto risco.
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