Religião

Professor na Inglaterra é suspenso por mostrar caricatura de Maomé

O Islã, em sua interpretação estrita, proíbe qualquer representação do profeta

Agência France-Presse
postado em 25/03/2021 19:01
 (crédito: ?? ?/Pixabay)
(crédito: ?? ?/Pixabay)

Uma escola no norte da Inglaterra pediu desculpas nesta quinta-feira (25/3) e suspendeu um professor por mostrar um desenho do profeta Maomé em sala de aula, desencadeando um movimento de protesto.

"A escola pede desculpas por usar uma imagem totalmente inadequada em uma recente aula de estudos religiosos. Isso não deveria ter sido usado", disse Gary Kibble, diretor da Batley Grammar School, uma escola pública de West Yorkshire.

O incidente ocorreu depois que o professor de história e geografia Samuel Paty foi assassinado em outubro na França por um checheno radicalizado, depois de mostrar caricaturas de Maomé a seus alunos.

O Islã, em sua interpretação estrita, proíbe qualquer representação do profeta.

O professor da Batley Grammar School "também expressou suas sinceras desculpas", disse Kibble, enfatizando que foi "suspenso" enquanto se aguarda uma investigação "independente".

“É importante que nossos filhos aprendam sobre credos e crenças, mas isso deve ser feito de forma respeitosa e sensível”, acrescentou.

Vídeos postados nas redes sociais mostraram pessoas protestando nos portões da escola, vigiadas pela polícia.

A polícia local, que compareceu à escola por volta das 7h30, alegou não ter feito nenhuma prisão ou imposto uma multa, apesar das manifestações estarem atualmente proibidas no Reino Unido devido ao confinamento contra o coronavírus.

O canal Sky News citou um pai de família, segundo o qual a caricatura foi retirada do semanário satírico francês Charlie Hebdo, que desencadeou uma onda de revolta no mundo muçulmano quando voltou a publicar as imagens consideradas ofensivas em setembro passado.

Esta nova publicação ocorreu coincidindo com o julgamento pelo atentado de 7 de janeiro de 2015 em Paris, no qual 12 pessoas morreram na sede da revista, cujos funcionários haviam recebido ameaças de morte por suas publicações de caricaturas de Maomé.

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