Politica

Dez almirantes da reserva detidos na Turquia após crítica ao governo

Os militares são alvos de investigação contra a segurança do Estado e a ordem constitucional

Correio Braziliense
postado em 05/04/2021 09:02 / atualizado em 05/04/2021 09:02
 (crédito: AFP / Adem ALTAN)
(crédito: AFP / Adem ALTAN)

Dez almirantes da reserva foram detidos nesta segunda-feira (5/4) na Turquia após a divulgação de uma carta aberta, assinada por mais de 100 deles, com uma advertência contra um projeto, o "Canal Istambul", do presidente Recep Tayyip Erdogan

A Procuradoria Geral de Ancara anunciou que os 10 almirantes da reserva estão detidos. Quatro oficiais da reserva não foram detidos por sua idade, mas receberam ordens de comparecer à polícia nos próximos três dias.

Uma investigação judicial foi aberta contra os militares da reserva que assinaram a carta por "reunião com o objetivo de cometer um crime contra a segurança do Estado e a ordem constitucional", informou a Procuradoria.

A aprovação no mês passado na Turquia de planos para desenvolver em Istambul um canal de navegação comparável ao do Panamá ou de Suez, provocou um debate sobre a Convenção de Montreux, que garante a livre passagem de navios civis nos Estreitos de Bósforo e Dardanelos.

Em sua carta, 104 almirantes da reserva expressam "preocupação" com o início do debate sobre a Convenção de Montreux, que no seu entender "protege os interesses turcos".

"Canal Istambul" é o mais ambicioso do que o presidente Erdogan chama de seus "projetos loucos", que transformaram o país com novos aeroportos, pontes, estradas e túneis em seus 18 anos de poder.

O governo turco alega que o canal dotaria Istambul de um novo polo de atratividade, além de aliviar o Bósforo, um dos estreitos mais congestionados do mundo. Mais de 18.000 navios passaram pela área em 2018, segundo as autoridades turcas.

A carta dos almirantes militares já havia provocado uma dura resposta do governo, no domingo. "Não apenas os que a assinaram, mas também os que a estimulam, vão prestar contas à justiça", declarou Fahrettin Altun, secretário de Comunicação do presidente Erdogan.

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