Terrorismo

Três europeus desaparecidos em Burkina Faso foram 'executados' por terroristas

Burkina Faso, que faz fronteira com o Mali e Níger, também tem sido uma vítima regular de ataques de grupos extremistas islâmicos desde 2015

Agência France-Presse
postado em 27/04/2021 13:52 / atualizado em 27/04/2021 13:52
 (crédito: MICHELE CATTANI)
(crédito: MICHELE CATTANI)

Os três europeus que desapareceram após um ataque na segunda-feira (26/4) no leste de Burkina Faso - dois espanhóis e um irlandês - "foram executados por terroristas", declarou nesta terça-feira (27/4) à AFP um oficial da segurança local, com Madri confirmando a morte dos dois espanhóis.

"É muito lamentável, mas os três ocidentais foram executados por terroristas", disse o oficial.

"As pessoas nas imagens divulgadas por grupos armados foram identificadas como os três ocidentais que estavam desaparecidos desde ontem", acrescentou.

Em Madri, o primeiro-ministro Pedro Sanchez confirmou a morte dos dois espanhóis.

"A pior notícia foi confirmada. Toda a nossa afeição às famílias e amigos de David Beriain e Roberto Fraile, assassinados em Burkina Faso", escreveu ele em sua conta no Twitter, expressando sua "gratidão a todos aqueles que, como eles, praticam diariamente um jornalismo corajoso e essencial em zonas de conflito".

Em Dublin, o ministério das Relações Exteriores afirmou estar "ciente" do desaparecimento de um cidadão irlandês, recusando-se, porém, a "comentar os detalhes de um caso em particular".

Os dois espanhóis e o irlandês mortos eram "jornalistas que trabalhavam em nome de uma ONG que trabalha pela proteção do meio ambiente", segundo uma fonte da segurança de Burkina Faso.

Em Paris, Christophe Deloire, secretário-geral da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), anunciou no Twitter que "três jornalistas (incluindo dois espanhóis) que investigavam a caça ilegal foram mortos durante um ataque no leste do país".

"Esta tragédia confirma os grandes perigos que os repórteres enfrentam no Sahel", ressaltou.

Na segunda-feira (26/4), uma patrulha composta por soldados e guardas florestais de Burkina Faso, acompanhada por instrutores e jornalistas ocidentais, foi atacada no eixo Fada N'Gourma-Pama, no leste de Burkina Faso.

Um local continua desaparecido após este ataque que também deixou três feridos, mas de acordo com uma fonte da segurança, "trata-se de um agente" dos serviços de segurança "que conhece muito bem a zona da floresta de Pama, perto de Natiaboani, onde ocorreu o ataque".

O ataque foi realizado por homens armados que viajavam em duas pick-ups e uma dúzia de motocicletas, segundo fontes da segurança. Armas e equipamentos, motocicletas, duas pick-ups e um drone foram levados pelos agressores.

Burkina Faso, que faz fronteira com o Mali e Níger, também tem sido uma vítima regular de ataques de grupos extremistas islâmicos desde 2015.

Concentradas inicialmente no norte do país, na fronteira com o Mali, as atrocidades atribuídas a grupos radicais islâmicos - incluindo o Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (GSIM) afiliado à Al-Qaeda e o grupo Estado Islâmico no Grande Saara (EIGS) - agora visam a capital e outras regiões, notadamente o leste e o noroeste.

Desde 2015, as ações violentas deixaram mais de 1.200 mortos e mais de um milhão de pessoas deslocadas.

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