Tragédia

Israel de luto por 45 pessoas mortas em peregrinação de judeus ortodoxos

Corpo de 32 pessoas já foram identificados; e 22 deles enterrados

Agência France-Presse
postado em 01/05/2021 09:33
 (crédito: GIL COHEN-MAGEN / AFP)
(crédito: GIL COHEN-MAGEN / AFP)

Jerusalém - Israel se prepara neste sábado (1º/5) para mais funerais das vítimas de um tumulto que matou 45 pessoas na véspera durante uma peregrinação de judeus ortodoxos, uma das catástrofes mais graves da história do país.

O Estado hebreu iniciou na sexta-feira (30/4) os sepultamentos das vítimas da tragédia que aconteceu durante uma peregrinação ao Monte Meron (norte), um dos maiores eventos organizados no país desde o início da pandemia de covid-19, com a presença de dezenas de milhares de pessoas.

"A catástrofe do Monte Meron é uma das mais graves que atingiu o Estado de Israel", declarou o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que decretou um dia de luto no domingo. "Os corpos de 32 vítimas da catástrofe de Meron foram identificados", anunciou o ministério da Saúde em um comunicado. Vinte e dois corpos já foram enterrados.

"Devido ao 'Sabbath' (dia de descanso semanal judaico) e por ordem do grande rabino de Israel, não é possível prosseguir com o processo de identificação, assim como com os enterros, proscritos durante o 'Sabbath' pela lei judaica", explicou o ministério. "Prosseguiremos após o final do 'Sabbath'", no sábado à noite, completa a nota.

"Desolador"

Na quinta-feira à noite, dezenas de milhares de pessoas se reuniram para peregrinação com o objetivo de celebrar a festa judaica de Lag Baomer, no Monte Meron, ao redor do suposto túmulo de Rabino Shimon Bar Yojai, um talmudista do século II, que é creditado por escrever o Zohar, uma obra central do misticismo judaico.

Antes da tragédia, uma grande multidão cantava e celebrava a data. Homens e mulheres estavam separados, e muitas crianças estavam presentes, entre velas acesas.

De acordo com depoimentos ouvidos pela AFP, muitos peregrinos tentaram passar por um corredor muito estreito.

"Chegava mais gente, cada vez mais. (...) A polícia não deixava sair e eles começaram a se pressionar e depois a se esmagar”, contou à AFP Shmuel, de 18 anos, uma testemunha da tragédia. "Dezenas de pessoas morreram esmagadas, é uma catástrofe", acrescentou.

Ambulâncias e helicópteros foram enviados ao local para resgatar os feridos. Mas as equipes de emergência tiveram muitas dificuldades para chegar aos 150 feridos, devido ao tamanho da multidão, informou o Magen David Adom, equivalente da Cruz Vermelha em Israel.

"O que aconteceu aqui é desolador. Algumas pessoas foram esmagadas até a morte, inclusive crianças", declarou Netanyahu, que prometeu uma "investigação exaustiva" sobre a tragédia.

Nos bairros ultraortodoxos de Jerusalém e Bnei Brak, na periferia de Tel Aviv, milhares de homens vestido trajes típicos foram vistos na sexta-feira, pouco antes do início do repouso semanal, por ocasião dos primeiros funerais. Entre as vítimas estão "vários cidadãos americanos", segundo um porta-voz do Departamento de Estado.

"Estados Unidos estão ao lado do povo de Israel e das comunidades judaicas de todo o mundo e choram pela terrível tragédia do Monte Meron", afirmou o presidente americano, Joe Biden, em um comunicado

Em uma carta enviada ao presidente israelense, Reuven Rivlin, o presidente palestino, Mahmud Abas, expressou sua "tristeza pela tragédia" e afirmou que "rezava pelas vítimas". 

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