Religião

Em meio a pandemia, hindus rezam para a 'Deusa Corona' na Índia

O número de contágios parece diminuir em grande parte da Índia após semanas de confinamento

Correio Braziliense
postado em 28/05/2021 10:44 / atualizado em 28/05/2021 10:57
 (crédito: AFP)
(crédito: AFP)

Em um templo hindu, os sacerdotes invocam a clemência da deusa do coronavírus com a esperança de acabar com o surto da covid-19 na Índia, onde quase 320.000 pessoas já morreram desde o início da pandemia.

Duas efígies da "Corona Devi" (deusa em hindi) chamam a atenção no templo Kamatchipuri Adhinam de Coimbatore, no estado de Tamil Nadu, duramente afetado pela onda de coronavírus que abala o gigante asiático desde março.

O templo hindu permanece fechado para os fiéis pelo impacto da epidemia em Coimbatore, uma cidade de 2 milhões de habitantes que sofreu mais de 1.000 mortes.

Os "bramanes" - sacerdotes hindus - vão todos os dias ao templo com os braços cheios de oferendas que são depositadas aos pés das imagens, uma delas de madeira e a outra de pedra, antes de se juntarem aos cantos que invocam a clemência da divindade: "Deusa Corona, por favor, acabe com o vírus e salve a população".

"No passado, tivemos templos consagrados (aos deuses) da varíola, da varicela, da peste", declarou Anandbharathi K., que dirige o templo Kamatchipuri Adhinam.

"Nós veneramos o vírus sob a forma de uma deusa e pedimos todos os dias para que ela amenize os efeitos da doença", acrescentou.

O número de contágios parece diminuir em grande parte da Índia após semanas de confinamento, mas o país de 1,3 bilhão de habitantes, traumatizado pela ferocidade da doença que lotou os hospitais e esgotou as reservas de oxigênio e medicamentos, teme uma nova onda tão ou mais virulenta que a atual.

"Nem os médicos são capazes de superar a magnitude da situação, então nós recorremos à fé e à divindade como último recurso", declarou Anandbharathi.

Os "bramanes" realizam seus rituais dedicados à "Corona Devi" 48 dias antes de levarem as efígies para um rio próximo, onde as mergulham como uma "oferenda de paz".

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação