A líder da oposição bielorrussa no exílio, Svetlana Tikhanovskaya, comparou nesta quarta-feira (9/6) a situação de seu país com a repressão soviética de 1968 em Praga, quando a dissolvida Tchecoslováquia tentou uma série de reformas democráticas.
Após as controversas eleições do ano passado, nas quais Alexander Lukashenko se proclamou presidente pela sexta vez consecutiva, Belarus vive protestos em massa sem precedentes, reprimidos violentamente pela polícia.
Tikhanovskaya, que se apresentou como candidata contra Lukashenko, fugiu para o exterior depois que as autoridades prenderam centenas de manifestantes e condenaram muitos deles a longas sentenças de prisão.
"Os bielorrussos estão vivendo acontecimentos históricos. Vemos que em um só dia acontecem mais coisas do que costuma acontecer em uma década", disse Tikhanovskaya ao Senado tcheco. "Creio que a nação tcheca conhece bem este sentimento pela sua história, desde 1968", acrescentou.
Em agosto de 1968, tropas do Pacto de Varsóvia, sob o comando do Exército Vermelho, reprimiram um movimento democrático conhecido como a Primavera de Praga, uma tentativa de diminuir a influência de Moscou sobre a Tchecoslováquia.
Tikhanovskaya, que agora vive na Lituânia, também comparou 1968 com o recente pouso forçado de um avião da Ryanair em Minsk e a posterior prisão do jornalista e ativista bielorrusso Roman Protassevich.
"Um documento escrito pelo governo soviético afirmava que os próprios dirigentes tchecos convidaram os soldados do Pacto de Varsóvia a entrarem na Tchecoslováquia", disse. "O regime de Lukashenko disse hoje que o próprio piloto da Ryanair exigiu um pouso em Minsk", afirmou.
Durante sua estadia em Praga, Tikhanovskaya se reuniu com o presidente e o primeiro-ministro tchecos, assim como com vários bielorrussos no exílio.
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