O papa Francisco não aceitou a renúncia do cardeal alemão Reinhard Marx, atualmente arcebispo de Munique, que pediu para ser liberado de suas funções e reconheceu o "fracasso" da Igreja católica na "catástrofe dos abusos sexuais" em seu país.
O pontífice, em uma carta enviada ao cardeal, agradece sua "coragem", concorda com ele em sua visão da gestão dos abusos sexuais, mas pede que "continue" como o arcebispo de Munique.
"(...) Obrigado por sua coragem. É uma coragem cristã que não teme a cruz, não teme ser dominado pela tremenda realidade do pecado", escreveu Francisco ao cardeal.
Marx, um dos cardeais mais influentes da Alemanha, havia solicitado na sexta-feira (4/6) passada ao papa que o liberasse de suas funções.
"É importante compartilhar a responsabilidade pela catástrofe dos abusos sexuais cometidos por membros da Igreja nas últimas décadas", escreveu Reinhard Marx, também ex-presidente da Conferência Episcopal da Alemanha.
O religioso, de 67 anos e considerado um liberal dentro da instituição, considera que a Igreja Católica está em "ponto morto".
Em sua resposta, Francisco admite que "toda a Igreja está em crise por causa do tema dos abusos; além disso, a Igreja hoje não pode dar um passo adiante sem assumir esta crise".
O pontífice argentino concorda com o cardeal "em classificar de catástrofe a triste história dos abusos sexuais".
"O ponto de partida é a confissão humilde: nos equivocamos, pecamos", afirma o papa em outro trecho da carta.
No final do texto, no entanto, Francisco responde ao pedido de demissão de Marx: "Continue (...) como arcebispo de Munique e Freising".
Um relatório devastador, publicado em março, revelou que centenas de menores sofreram abusos sexuais na diocese de Colônia entre 1975 e 2018 e que vários líderes religiosos permaneceram calados, apesar de terem conhecimento das agressões.
Em 2019, durante uma reunião inédita de presidentes de conferências episcopais no Vaticano, dedicada aos escândalos dos abusos sexuais contra menores cometidos dentro do clero, Marx se destacou ao pedir mais transparência na questão.
Um ano antes, ele pediu desculpas em nome da Igreja da Alemanha após a publicação de um relatório elaborado por professores universitários que revelou que mais de 3.600 menores de idade foram vítimas de abusos sexuais durante décadas.
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