Os 120 dias de Sodoma

Estado francês compra o manuscrito mais importante do Marquês de Sade

Para evitar uma nova venda, a ministra da Cultura da época, Françoise Nyssen, classificou-o como 'tesouro nacional' em 2017

(FILES) This file photo taken on April 2, 2014 at the Institut des Lettres et des Manuscrits de Paris shows the manuscript of
(FILES) This file photo taken on April 2, 2014 at the Institut des Lettres et des Manuscrits de Paris shows the manuscript of "The 120 Days of Sodom" written by the Marquis de Sade while he was imprisoned at the Bastille in 1785, that was bought by French state for its National Library, Culture ministry announced on July 9, 2021 / AFP / Martin BUREAU - (crédito: MARTIN BUREAU/AFP)
postado em 09/07/2021 10:27 / atualizado em 03/01/2024 16:35

O Estado francês adquiriu o manuscrito mais importante do Marquês de Sade, 'Os 120 dias de Sodoma', para a Biblioteca Nacional da França, anunciou nesta sexta-feira (9/7) o ministério da Cultura.

O Estado havia apelado em fevereiro ao setor privado para patrocinar esta aquisição no valor de 4,55 milhões de euros (cerca de 5,4 milhões de dólares).

Este "texto capital da crítica e da imaginação, polêmico e agora um clássico marcou profundamente muitos autores", declarou o ministério em um comunicado.

Sade escreveu sua controversa obra sadomasoquista em 1785, quando estava na prisão na Bastilha de Paris. Mas, desde então, este "rolo de papel" de 12 metros de comprimento teve um percurso acidentado.

"Provavelmente descoberto durante o saque da fortaleza da Bastilha ou sua demolição" durante a Revolução Francesa em 1789, ele desapareceu por mais de um século.

Posteriormente, foi comprado por um psiquiatra alemão, Iwan Bloch, que publicou o romance pela primeira vez em 1904.

Em 1929, um colecionador, Charles de Noailles, o adquiriu. Foi roubado de sua filha Nathalie por um editor que o vendeu em 1982 para um colecionador suíço, Gérard Nordmann. Foi então comprado de seus descendentes em 2014 por um empresário francês, Gérard Lhéritier.

Para evitar uma nova venda, a ministra da Cultura da época, Françoise Nyssen, classificou-o como "tesouro nacional" em 2017.

"O manuscrito será apresentado em um colóquio em 2022, que reunirá especialistas e intelectuais, com o objetivo de questionar a figura de Sade, a recepção de sua obra ao longo dos séculos e sua leitura hoje", informou o ministério.

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