Um ex-membro das Brigadas Vermelhas instalado na França desde os anos 1990 foi preso, nesta segunda-feira (19/7), a pedido das autoridades italianas, que reivindicam sua extradição em virtude de uma condenação por tentativa de sequestro terrorista em 1982 - informaram fontes judiciais francesas à AFP.
Maurizio di Marzio, de 61 anos, foi o único que escapou da execução, no final de abril, de mandados de prisão expedidos pela Itália contra dez ex-militantes deste grupo de extrema esquerda.
Eles são reclamados por Roma pela condenação por seu envolvimento, algo que muitos questionam, em atentados cometidos em seu país nos anos 1970 e 1980.
Di Marzio foi colocado em detenção judicial nesta segunda. Deve comparecer, dentro de 48 horas, ao tribunal de apelação de Paris, instância encarregada de decidir entre sua possível prisão provisória, ou a libertação sob controle judicial, enquanto sua extradição é analisada.
Durante muito tempo, a França serviu de refúgio para membros das Brigadas Vermelhas, devido a uma política adotada pelo então presidente socialista François Mitterrand, que causou tensões com Roma.
Implementada em 1985, a chamada "Doutrina Mitterrand" oferecia asilo aos extremistas, desde que renunciassem à violência e não fossem procurados na Itália por assassinato, ou por outros "crimes de sangue".
A decisão do atual presidente, Emmanuel Macron, de romper com essa política constitui uma guinada histórica e foi saudada pela Itália.
Grupos de extrema esquerda, como as Brigadas Vermelhas, atuaram na Itália durante o período conhecido como "Anos de Chumbo", do final dos anos 1960 até meados dos anos 1980.
As Brigadas Vermelhas eram o grupo mais conhecido. Atribui-se a elas a autoria de centenas de assassinatos, incluindo o sequestro e assassinato do líder democrata-cristão e ex-primeiro-ministro Aldo Moro, em 1978.
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