Cruzamento ilegal de fronteira

Membros da União Europeia pedem à ONU ação contra fluxo de migrantes de Belarus

Milhares de migrantes, a maioria procedente do Oriente Médio, atravessaram a fronteira entre Belarus e os países da UE nos últimos meses

Agência France-Presse
postado em 23/08/2021 11:18 / atualizado em 23/08/2021 11:19
 (crédito: Wojtek RADWANSKI / AFP)
(crédito: Wojtek RADWANSKI / AFP)

Quatro países do Leste membros da União Europeia (UE) pediram à ONU, nesta segunda-feira (23/8), a adoção de medidas contra a Belarus, que estaria estimulando os imigrantes a cruzarem ilegalmente a fronteira para o território da UE.

Para ele, trata-se de um "ataque híbrido".

O ministro polonês da Defesa anunciou, por sua vez, em um tuíte que uma "cerca sólida" de 2,5 m de altura será construída ao longo dos 407 km de fronteira entre a Polônia e Belarus. Segundo o ministro, o objetivo é impedir que os imigrantes entrem em seu território.

Em um comunicado conjunto, os primeiros-ministros de Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia disseram que esse fluxo de imigrantes foi "planejado e organizado de maneira sistemática pelo regime de Alexander Lukashenko".

Milhares de migrantes, a maioria procedente do Oriente Médio, atravessaram a fronteira entre Belarus e os países da UE nos últimos meses. Para as autoridades do bloco, trata-se de uma forma de represália, por parte do governo de Minsk, frente às sanções cada vez mais severas impostas ao país.

"É hora de chamar a atenção da ONU, inclusive de seu Conselho de Segurança, sobre o assunto dos maus-tratos aos imigrantes em território bielorrusso", afirma o comunicado conjunto.

"Pedimos ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) que tome medidas concretas para facilitar a solução desta situação e que se exija que Belarus cumpra suas obrigações internacionais", acrescentou o texto.

Os quatro países signatários garantem que darão toda proteção necessária aos refugiados que cruzarem a fronteira, de acordo com o direito internacional, mas também solicitam "eventuais novas medidas restritivas por parte UE para prevenir qualquer imigração (em situação) ilegal suplementar organizada pelo Estado bielorrusso".

"O uso de refugiados e imigrantes como uma arma de arremesso ameaça a segurança da União Europeia e constitui uma grave violação dos direitos humanos", insistiram os quatro primeiros-ministros que assinam o comunicado.

Os três países da UE com fronteiras terrestres com Belarus (Letônia, Lituânia e Polônia) tentam bloquear, ou rejeitar, os imigrantes em travessia irregular. De acordo com esses países, Minsk continua a mandá-los de volta para os territórios vizinhos.

No dia 10, a Letônia anunciou declaração de estado de emergência na região próxima à fronteira com Belarus, em resposta à chegada de imigrantes deste país do Oriente Médio, principalmente do Iraque.

"O estado de emergência significa que a fronteira entre a Letônia e Belarus está praticamente fechada para todos", disse o primeiro-ministro da Letônia, Krisjanis Karins, nesta data.

O estado de emergência vai até o dia 10 de novembro.

As patrulhas da polícia de fronteira da Letônia foram reforçadas por soldados, policiais e funcionários da agência europeia Frontex.

A Letônia é um pequeno país báltico de 1,9 milhão de habitantes que faz parte da UE e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

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