VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Policial utilizou restrições anticovid para deter vítima antes de assassiná-la

Audiência de condenação de Wayne Couzens revela como ele utilizou das leis de toque de recolher para matar Sarah Everard

Os detalhes angustiantes do sequestro, estupro e assassinato da londrina Sarah Everard, revelados na audiência de condenação do assassino nesta quarta-feira (29/9), chocaram a Inglaterra. O policial britânico Wayne Couzens acusou a vítima de infringir o toque de recolher e forjou uma prisão para forçar a entrada de Sarah no carro dele, contou a promotoria do caso. Sete dias depois, o corpo da mulher foi encontrado carbonizado em sacos de lixo em uma floresta de Londres, no Reino Unido. 

As informações são do The New York Times. O crime ocorreu em 3 de março no sul de Londres. Sarah, executiva de marketing de 33 anos,voltava da casa de um amigo quando foi abordada pelo carro de Wayne, que mostrou as credenciais de policial para a mulher, a algemou e ordenou a entrada no carro para levá-la à delegacia.

“Com a incumbência de proteger o público, Wayne usou sua posição de autoridade para atrair Everard para a morte”, disse o promotor Tom Little.

Em imagens obtidas pela Justiça, é possível observar que a vítima não discute, apenas obedece por acreditar que estava realmente sendo presa. Com Sarah imobilizada e dentro do carro, Wayne teve facilidade em continuar com o plano.

O promotor Tom Little afirmou ao Tribunal Criminal Central de Londres que o criminoso saiu de casa à procura de uma jovem para colocar em prática o que a mente gostaria. O policial não trabalhava mais na polícia e sim em um esquadrão de proteção parlamentar na Embaixada dos Estados Unidos, em Londres. No dia do sequestro, o turno de Wayne de 12h terminou às 7h e ele permaneceu na cidade, em um carro alugado, à caça de uma vítima.

METROPOLITAN POLICE - Sarah, executiva de marketing de 33 anos,voltava da casa de um amigo quando foi abordada pelo carro de Wayne

A frieza do criminoso é apontada pelo promotor ao contar que, dias depois do assassinato, ele levou a família a um passeio no mesmo bosque em que deixou os restos de Sarah. “Ele permitiu que seus filhos brincassem nas proximidades de onde o corpo de Sarah foi despejado”, revela Tom.

Para amigos e familiares, a morte de Sarah é uma perda irreparável. A irmã da vítima, Katie Everard, falou diretamente à Wayne ao depor na audiência desta quarta (29/9). “Os últimos momentos da vida de Sarah passam constantemente em minha mente”, disse. “Você tirou de mim a pessoa mais preciosa e eu nunca poderei recuperá-la”, desabafou olhando para o homem.

Após investigação, a polícia de Londres chegou até Wayne ainda em março deste ano. Ele se declarou culpado pelo crime. Dias antes do assassinato, o homem havia se envolvido em outro ato de importunação sexual, no qual foi acusado por pessoas de “exposição indecente” em um McDonald’s da cidade.

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