Os Estados Unidos solicitaram nesta terça-feira à Organização dos Estados Americanos (OEA) que tome medidas para exigir uma mudança democrática na Nicarágua, a um dia de uma reunião do órgão executivo do bloco regional que tratará do assunto.
Juan González, encarregado de assuntos latino-americanos no Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, pediu que se vá além da "condenação e preocupação" já expressa sobre o que está acontecendo no país centro-americano.
"Deve haver uma ação clara dos governos da região para exigir uma mudança democrática", disse o alto funcionário do governo do presidente Joe Biden na abertura da 25ª conferência anual da Corporação Andina de Fomento (CAF).
González garantiu que os Estados Unidos "certamente" aumentarão a pressão econômica e política sobre o governo de Daniel Ortega, que Washington acusa de autoritarismo e repressão contra opositores.
Porém, observou que “o mais importante é que haja uma resposta contundente da comunidade internacional para que qualquer ator antidemocrático, e em particular a Nicarágua, seja marginalizado como deveria. Isso é mais eficaz do que sanções unilaterais”.
Desde junho, 37 opositores foram detidos na Nicarágua, incluindo sete pré-candidatos à presidência nas eleições de 7 de novembro, em que Ortega, no poder desde 2007, busca o quarto mandato consecutivo.
A pedido do Canadá e do Chile, os 34 membros ativos do Conselho Permanente da OEA estão convocados para analisar a crise política na Nicarágua durante uma sessão virtual nesta quarta-feira.
González disse estar "otimista" sobre a aprovação de um instrumento para abordar a questão.
Os Estados Unidos patrocinam, junto com Antígua e Barbuda, Canadá, Chile, Costa Rica, Equador, Paraguai e Uruguai, uma resolução que pede a libertação "imediata" de todos os detidos por motivos políticos e exorta "veementemente" o governo Ortega a realizar as reformas necessárias para realizar eleições "livres, justas e transparentes".
O texto alerta que a OEA pode tomar "outras ações em conformidade com a Carta da Organização dos Estados Americanos e a Carta Democrática Interamericana, incluindo uma análise das eleições" na Nicarágua, durante a próxima assembleia anual da OEA, que ocorrerá na Guatemala entre 10 e 13 de novembro.
O governo Ortega rejeitou "categoricamente" esta reunião "ilegítima" da OEA.
“É inadmissível que um ou mais Estados, em violação aberta do princípio da autodeterminação dos povos e da não intervenção nos assuntos internos de outras nações, julguem a outro povo livre”, declarou a chancelaria nicaraguense em um comunicado.
No início de outubro, cerca de 15 senadores democratas e republicanos dos Estados Unidos pediram ao governo Biden que sancionasse Ortega e considerasse ilegítimas as próximas eleições.
Também solicitaram que seja avaliada a suspensão da Nicarágua da OEA e revisada a participação do país no Tratado de Livre Comércio entre os Estados Unidos, a América Central e a República Dominicana (CAFTA-DR).
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