Equador

Lasso tacha de 'golpistas' setores que planejam protestos no Equador

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, chamou de "golpistas" e "conspiradores" os grupos indígenas e sindicais que planejam protestos no país

Agence France-Presse
postado em 20/10/2021 19:08 / atualizado em 20/10/2021 19:08
 (crédito: AFP / Fernando Mendez)
(crédito: AFP / Fernando Mendez)

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, chamou de "golpistas" e "conspiradores", nesta quarta-feira (20), os grupos indígenas e sindicais que planejam protestos no país contra o aumento dos combustíveis.


"Esta mão continuará estendida para um diálogo democrático, mas, se tivermos que empunhar com força a Constituição para enfrentar os golpistas, o faremos com determinação, com disposição e sem medo", disse Lasso ao se dirigir aos milhares de simpatizantes reunidos em frente à sede do Executivo em Quito.


"Que os conspiradores nos deixem trabalhar para tornar realidade o sonho de todos os equatorianos", afirmou a seus correligionários, em um breve discurso da sacada do Palácio de Carondelet.


Aos gritos de "Lasso presidente", a multidão mostrou seu apoio ao mandatário três dias depois que ele decretou o estado de exceção e mobilizou policiais e militares para enfrentar a violência vinculada ao tráfico de drogas. O governo prometeu respeitar os direitos individuais, incluído o de reunião.


A Confederação de Povos Indígenas do Equador (Conaie) e diversos sindicatos planejam realizar mobilizações contra o aumento progressivo de preços dos combustíveis. O coletivo de médicos protestará nesta quinta-feira (21) na capital diante da falta de insumos e pela instabilidade no trabalho.


Em quase três anos, o galão de gasolina comum, uma das mais utilizadas, subiu de US$ 1,48 para 2,50 dólares (69%). O governante é favorável à eliminação de subsídios, mas argumenta que deve haver compensação para os mais pobres.


Lasso falou a seus partidários que é preciso "defender" Quito, em alusão aos violentos protestos liderados por indígenas em outubro de 2019, que deixaram 11 mortos e inúmeros danos materiais na cidade.


"Devemos estar alertas para proteger nossa capital, que ninguém se ache dono de Quito para jogar pedras, quebrar vidraças, queimar edifícios, sequestrar policiais, sequestrar militares, sequestrar jornalistas", afirmou.


A Conaie, que participou de revoltas sociais que levaram às quedas de três governantes entre 1997 e 2005, liderou os protestos de 2019 contra o fim dos subsídios aos combustíveis, que obrigaram o então presidente Lenín Moreno a voltar atrás em sua decisão.


Pachakutik, braço político da Conaie, é uma das principais forças de oposição no Congresso e tem sido criticado por Lasso por não dar seguimento a seus projetos de lei em matéria econômica e trabalhista.

 

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