Clima

Madagascar é vítima da primeira fome ligada ao aquecimento global

A próxima colheita só será em seis meses e a situação se agravará até lá, apontou Aduino Mangoni, vice-diretor do PMA

Agência France Presse
postado em 02/11/2021 13:07
 (crédito: AFP)
(crédito: AFP)

O aquecimento global provocado pelo homem é a causa da fome que afeta Madagascar, a primeira do tipo, mas não a última, alertou um funcionário do Programa Mundial de Alimentos (PMA) nesta terça-feira (2).

Aduino Mangoni, vice-diretor do PMA em Madagascar, destacou por videoconferência, durante uma reunião das Nações Unidas em Genebra, que 30 mil pessoas sofrem com a fome na metade sul da ilha - afetada por uma seca sem precedentes em 40 anos - e mais de 1,3 milhão sofrem da desnutrição aguda.

Segundo ele, é a primeira fome causada pelo aquecimento global devido às atividades humanas. É também "a única fome relacionada à mudança climática na Terra", insistiu, destacando que as que afetam o Iêmen, o Sudão do Sul e a região etíope de Tigré hoje são causadas por conflitos.

"A situação é muito preocupante", disse, descrevendo as crianças "que só têm pele nos ossos" que encontrou num centro de nutrição durante uma recente viagem à região mais afetada.

A próxima colheita só será em seis meses e a situação se agravará até lá, alertou, lembrando que 500 mil crianças já sofrem de desnutrição, 110 mil delas de forma grave ou aguda e estão a um passo da morte.

O PMA precisa de 69 milhões de dólares para lançar a assistência necessária nos próximos seis meses.

No extremo sul da ilha, 91% da população vive na pobreza e a seca destruiu a capacidade de produção agrícola e pesqueira de que as famílias dependem para sobreviver, destacou recentemente um relatório elaborado pela Anistia Internacional.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação