Extradição

Decisão contra rejeição britânica de extraditar Assange será anunciada na sexta-feira

A Justiça britânica vai se pronunciar sobre o recurso dos Estados Unidos contra a rejeição de extraditar, Julian Assange

Agence France-Presse
postado em 09/12/2021 18:43 / atualizado em 09/12/2021 18:47
 (crédito: JUSTIN TALLIS)
(crédito: JUSTIN TALLIS)

A Justiça britânica se pronunciará na sexta-feira (10) sobre o recurso dos Estados Unidos contra a rejeição de extraditar o fundador da Wikileaks, Julian Assange, a quem Washington quer julgar por um vazamento em massa de documentos, anunciou a Alta Corte de Londres nesta quinta-feira (9).

A decisão será anunciada às 10h15 no horário local e GMT (07h15 no horário de Brasília). Em primeira instância, a Justiça britânica se negou a extraditar o australiano, de 50 anos, alegando o risco de suicídio se fosse levado aos Estados Unidos.

O recurso apresentado por Washington foi analisado no final de outubro em uma audiência de dois dias na Alta Corte de Londres. Independente da decisão de sexta-feira, é pouco provável que seja o fim desta longa batalha judicial.

Se os Estados Unidos ganharem, a decisão de janeiro será anulada e a Justiça britânica terá que se pronunciar novamente. Quem perder terá a opção de recorrer ao Tribunal Supremo.

Assange é processado pela Justiça dos Estados Unidos por ter publicado, a partir de 2010, mais de 700.00 documentos classificados sobre as atividades militares e diplomáticas americanas, particularmente no Iraque e Afeganistão.

Foi detido pela polícia britânica em abril de 2019 após passar sete anos na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou enquanto estava em liberdade sob fiança. Ele temia ser extraditado da Suécia para os Estados Unidos. Na Suécia, enfrentava acusações de estupro, que desde então foram retiradas.

Na audiência de apelação, os Estados Unidos garantiram a Assange que ele não seria detido na prisão de ADX Florence, no Colorado, apelidada de "Alcatraz das Montanhas Rochosas", onde os membros da Al-Qaeda estão presos, em um isolamento quase absoluto.

Os advogados do fundador da WikiLeaks insistiram que essas garantias não mudam o fato de que Assange estava em risco de suicídio e pediram ao tribunal de apelação que mantivesse a rejeição à extradição.

"Essas conclusões surgem da natureza dos transtornos mentais de Assange e de seus temores de extradição, devido à natureza excepcional de seu caso", disse um de seus advogados, Edward Fitzgerald, aos dois juízes que examinavam o recurso.

"Não há nada que indique que esses fatores tenham se modificado minimamente com essas garantias" americanas, acrescentou.

"Há um grande risco de suicídio (...)", insistiu Fitzgerald.


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