CIÊNCIA

Tornados: os fenômenos devastadores ainda pouco compreendidos por especialistas

Os cientistas ainda não conhecem completamente o mecanismo de formação de um tornado, mas ele fascina uma categoria de aficionados chamados de "caçadores de tornados"

Agence France-Presse
postado em 11/12/2021 17:33 / atualizado em 11/12/2021 17:33
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(crédito: "AFP PHOTO / Josh EDELSON" / NO MARKETING / NO ADVERTISING CAMPAIGNS / DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS / ==)

Os tornados são fenômenos meteorológicos comuns nos Estados Unidos, às vezes devastadores, cuja formação ainda não pode ser explicada completamente.

"Os Estados Unidos costumam ter mais tornados do que qualquer outro lugar do mundo, embora possam ocorrer em quase qualquer lugar", diz o Serviço Nacional de Meteorologia americano (NWS).

Os estados com grandes planícies como Kansas, Oklahoma e inclusive o Texas são particularmente afetados por estes fenômenos.

Como se formam

Os cientistas ainda não conhecem completamente o mecanismo de formação de um tornado, mas o fenômeno fascina uma categoria de aficionados apelidados de "caçadores de tornados", dispostos a arriscar suas vidas para filmá-los.

"O mistério continua grande em torno dos tornados. São raros, fatais e difíceis de prever", explica o Laboratório Nacional de Tempestades Severas da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).

O que se sabe, no entanto, é que geralmente são o resultado das chamadas supercélulas, tempestades que se caracterizam por fortes correntes de ar ascendentes, destaca a NOAA.

Dentro da tempestade, um corte vertical do vento provoca o aparecimento de um cilindro que gira horizontalmente sobre si mesmo. As correntes de ar ascendentes elevam o cilindro giratório dentro da supercélula.

Em seguida, a coluna de ar giratória se torna mais fina, frequentemente se estende em forma de funil, e gira cada vez mais rápido para formar um tornado, detalha a NOAA.

"Os tornados crescem extremamente rápido e podem de dissipar com a mesma rapidez", segundo o NWS. "A maioria toca o solo durante menos de 15 minutos".

Danos

"Os tornados são as tempestades mais violentas da natureza", destaca o NWS.

Portanto, os ventos de um tornado podem chegar a 500 km/h, com danos em áreas que chegam a quase dois quilômetros de largura e cerca de 80 km de extensão. Segundo a NOAA, mais de 50 pessoas morrem a cada ano nos Estados Unidos por causa dos tornados.

A primavera de 2011 no hemisfério norte foi a temporada de tornados mais mortal nos Estados Unidos. Entre abril e junho daquele ano, mataram mais de 580 pessoas. As cifras por danos chegaram, então, a 21 bilhões de dólares.

Uma vez que um tornado tenha passado, os cientistas avaliam sua força observando o dano causado, associando-o às rajadas observadas.

Em seguida, o classificam na Escala Fujita Melhorada, de seis graus - de 0 a 5 -, em que 0 representa um dano leve com rajadas de vento de 100 a 135 km/h e 5, um dano "incrível", com rajadas superiores a 320 km/h.

Testemunhos

Os serviços meteorológicos americanos registraram testemunhos de sobreviventes de tornados como o de William, morador de Smithville, no Mississípi, que viveu uma experiência deste tipo em 2011.

"Estava vendo as notícias. (O meteorologista da emissora local) anunciou que a tempestade se aproximava de Smithville e eu estava de pé, vendo a televisão e esperando, dizendo a mim mesmo que não ia acontecer", diz William.

"Cerca de 30 segundos depois, faltou luz e toda a casa tremeu por um minuto. Pensei que tinha acabado e estava prestes a me levantar, quando o tremor recomeçou e não foi embora. Desta vez não parou. Senti a queda de pressão e quando o tremor ficou mais forte, me preocupei. Em seguida, foi como se a casa tivesse explodido. Acordei uma hora e meia depois em um descampado a 400 metros da minha casa, com cortes no corpo e um profundo na cabeça".

Michelle, moradora de Skiakook, Oklahoma, viveu a experiência de um tornado em sua cidade em 1991.

"Os barulhos que escutei durante o impacto do tornado eram indescritíveis", diz.

"Lembro de ter ouvido os parafusos das cadeiras chiarem (...) Quando tudo acabou, o tornado que devastou nossa cidade foi avaliado como F4. Arrasou várias casas de tijolos neste bairro (...) Tenho artrite reumatoide e por isso a pressão extremamente baixa me incapacitou temporariamente. Não conseguia andar".

"Foi absolutamente a experiência mais assustadora que já vivenciei", resume.

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