Luta Antirracista

Barbie homenageia a jornalista e ativista negra Ida B. Wells

A jornalista publicou inúmeros artigos denunciando o linchamento de pessoas negras nos Estados Unidos; tornou-se uma voz internacional na luta antirracista

Maria Márcia Cruz - Estado de Minas
postado em 31/01/2022 13:22 / atualizado em 31/01/2022 13:22
 (crédito:  Mattel/Divulgação)
(crédito: Mattel/Divulgação)

A jornalista Ida Bell Wells-Barnett (1862-1931), mais conhecida como Ida B. Wells, é a homenageada da série “Mulheres Inspiradoras” da Barbie. A boneca Wells usa um vestido azul-marinho de gola alta, ao estilo dos anos 1800, com um coque no topo da cabeça.

A coleção Barbie "Mulheres Inspiradoras" presta tributo a heroínas: "mulheres corajosas que assumiram riscos, mudaram regras e abriram o caminho para gerações de meninas sonharem mais do que nunca."

Ida B. Wells nasceu 1862, durante a guerra civil americana, quando a escravidão ainda vigorava nos Estados Unidos. No entanto, ela atuou como jornalista pioneira e ativista pelos direitos civis e pelo sufrágio feminino.

 

  • A jornalista Ida Bell Wells-Barnett
    A jornalista Ida Bell Wells-Barnett Mattel/Divulgação

 

B. Wells fundou o jornal de Memphis, onde escreveu sobre a desigualdade que afeta os afro-americanos. Além disso, co-fundou a National Association of Colored Women’s Clubs e a National Association for the Advancement of Colored People (NAACP).

Ida Bell Wells nasceu em Holly Springs, Mississippi, em 16 de julho de 1862. Depois do fim da guerra civil nos Estados Unidos, os pais de Wells-Barnett tornaram-se se engajaram na luta pelos direitos civis de pessoas negras.

B. Wells se matriculou no Rust College, mas foi expulsa quando iniciou uma disputa com o reitor da universidade. Em 1878, os pais morreram, vítimas de uma epidemia de febre amarela. B. Wells assumiu a criação das irmãs e irmãos mais novos. Ela conseguiu um emprego como professora para manter a família unida.

Em 1884, B. Wells entrou com uma ação contra uma empresa de vagões de trem em Memphis por tratamento injusto. Ela foi jogada de um trem de primeira classe, apesar de ter pago pela passagem. Embora ela tenha vencido o caso na Justiça local, a decisão foi anulada pelo Tribunal Federal.

Depois do linchamento de um amigo negro, passou a investigar casos de linchamento. As descobertas eram publicadas em jornais locaiis. Em 1892, grupos racistas queimaram a prensa onde ela publicava os artigos denunciando os linchamentos. Ela passou a ser ameaçada, sendo forçada a se mudar para Chicago, Illinois.

Em 1893, a jornalista juntou-se a outros líderes afro-americanos pedindo o boicote da Exposição Mundial Colombiana. Os boicotadores acusaram o comitê de exposição de bloquear os afro-americanos e retratar negativamente a comunidade negra. Em 1895, ela se casou com o advogado afro-americano Ferdinand Barnett. Juntos, o casal teve quatro filhos. Ao longo de sua carreira Wells-Barnett, equilibrou a maternidade com seu ativismo.

 

  • A jornalista Ida Bell Wells-Barnett
    A jornalista Ida Bell Wells-Barnett Mattel/Divulgação

 

Wells viajou por todo o mundo, esclarecendo o linchamento para o público estrangeiro. No exterior, ela confrontou abertamente mulheres brancas no movimento sufragista que ignoraram o linchamento. Por causa de sua postura, ela foi muitas vezes ridicularizada e condenada ao ostracismo pelas organizações de sufrágio feminino nos Estados Unidos. Ela faleceu em 25 de março de 1931.

 

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