Londres, Reino Unido | O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, fará um novo esforço diplomático esta semana para desativar a crise na fronteira da Ucrânia, informou seu gabinete neste domingo (13).
A declaração ocorreu depois que o ministro da Defesa do Reino Unido sugeriu que alguns países não estão adotando uma postura suficientemente forte com a Rússia.
Johnson manterá conversas com outros líderes e está interessado especialmente em dialogar com os países nórdicos e bálticos, segundo comunicado de seu gabinete.
"A crise na fronteira da Ucrânia chegou a um ponto crítico", disse um porta-voz do primeiro-ministro em nota.
"Toda a informação que temos sugere que a Rússia poderia estar planejando uma invasão da Ucrânia a qualquer momento. Isto teria consequências desastrosas tanto para a Ucrânia quanto para a Rússia", acrescentou.
Johnson trabalharia com os aliados britânicos para tentar controlar a crise, acrescentou o porta-voz.
Horas antes, o ministro da Defesa, Ben Wallace, comentou em declarações ao jornal The Sunday Times que alguns países ocidentais não têm sido suficientemente duros com Moscou.
Além disso, afirmou que havia um "cheiro a Munique" nos esforços diplomáticos para tentar desescalar a crise, em alusão ao acordo que permitiu à Alemanha nazista anexar os Sudetos em 1938, mas fracassou em evitar a guerra.
Wallace tem previsto ir a Bruxelas para uma reunião de ministros da Defesa da Otan, que começará na quarta-feira para abordar a crise. Johnson, por sua vez, planeja viajar à UE no fim da semana.
Há duas semanas, o premier visitou Kiev para demonstrar seu apoio à Ucrânia.
Os Estados Unidos reiteraram neste domingo que uma invasão russa da Ucrânia seria iminente, após Moscou concentrar mais de 100.000 militares na fronteira com a Ucrânia e ter realizado manobras no Mar Negro e em Belarus.
A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas pede o fim da expansão da Otan para o leste e que a Ucrânia não seja admitida na Aliança Atlântica, o que os países ocidentais rejeitam.
Os esforços diplomáticos de Johnson chegam em um momento delicado, com vozes de seu próprio Partido Conservador pedindo a sua demissão pelo escândalo "partygate".
Johnson deve responder esta semana a um inquérito da polícia, que investiga acusações de que algumas festas realizadas em seu gabinete em Downing Street violaram as restrições sanitárias da covid-19.
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