Peru

Ex-presidente do Peru, Alberto Fujimori é internado após problema cardíaco

Fujimori tem 83 anos e, segundo os médicos, não é possível prever até quando ele ficará internado.

Agence France-Presse
postado em 03/03/2022 20:35 / atualizado em 03/03/2022 20:37
 (crédito: LUKA GONZALES / AFP)
(crédito: LUKA GONZALES / AFP)

O ex-presidente peruano Alberto Fujimori foi internado às pressas nesta quinta-feira, após sofrer um problema cardíaco na prisão, informou à AFP seu médico pessoal, Alejandro Aguinaga.

"Ele se desestabilizou às 7h e começou a ter uma fibrilação atrial com arritmia, o que obrigou a levá-lo ao centro de saúde mais próximo" da base policial onde ele cumpre uma pena de 25 anos desde 2007, disse Aguinaga.

Fujimori, 83 anos, foi "estabilizado no Hospital de Ate", acrescentou o médico, que é congressista do Força Popular, partido fujimorista. Em seguida, foi transferido em uma ambulância para a clínica Centenario, no distrito de Pueblo Libre.

Após visitá-lo, Aguinaga disse que é impossível prever por quantos dias o ex-presidente ficará internado: "É uma pessoa que está perto de completar 84 anos. Sua saúde está deteriorada."

O médico informou que Fujimori recebe oxigênio durante a tarde há semanas, "para compensar a fibrose pulmonar".

Risco de vida

Segundo o médico, o ex-presidente (1990-2000) também sofre de fibrilação atrial desde 2018, que o levou a uma cirurgia em outubro passado. "Ele é uma pessoa que demanda cuidados por sua idade", explicou. "Sua vida corria perigo se não recebesse assistência", disse à AFP um amigo da família.

O Instituto Penitenciário Nacional (Inpe), que controla as prisões no Peru, informou na manhã desta quinta-feira que Fujimori "foi evacuado em caráter de emergência por uma descompensação".

O órgão indicou que aplicou os "procedimentos regulares" nesses casos, descartando tacitamente qualquer demora em sua forma de agir.

Fujimori cumpre pena de 25 anos de prisão pelos massacres de Barrios Altos (1991) e La Cantuta (1992), realizados por um esquadrão da morte do Exército e que causou a morte de 25 pessoas - entre elas uma criança - em uma suposta operação antiterrorista quando ele era presidente.

Desde 2007, quando chegou ao Peru extraditado do Chile, após cinco anos de exílio no Japão, sofreu repetidas vezes de problemas respiratórios e neurológicos (paralisia facial), além de hipertensão.

Em outubro de 2021, foi hospitalizado por problemas cardíacos e passou por um cateterismo para tratar veias e artérias entupidas. Permaneceu internado por dois meses.

A filha mais velha do ex-presidente e líder da oposição, Keiko Fujimori, denunciou em outubro que os planos do governo de esquerda de Pedro Castillo de transferir seu pai da prisão, como parte de uma política para acabar com as chamadas "prisões de ouro", influenciaram na deterioração da saúde de seu pai.

Ela considerou "cruel e maliciosa" a pretensão do governo e garantiu à AFP que essa mudança de estabelecimento prisional "buscava atentar contra a vida do meu pai", em uma "vingança de um governo".

O governo anunciou em fevereiro que mantinha seu plano de transferir Fujimori para uma prisão comum quando sua condição de saúde permitisse.

Um tribunal peruano não acolheu um recurso interposto em maio de 2020 no qual sua família pedia a libertação de Fujimori devido ao risco de contrair covid-19.

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