Há 12 dias em greve, caminhoneiros tomam as ruas de Madri nesta sexta-feira (25/3), em busca de subsídios para a gasolina, diesel, gás e adubo na Espanha. A proposta do governo é de que a ajuda vigore entre 1º de abril até 30 de junho. O aumento dos preços dos combustíveis é um dos efeitos da Guerra na Ucrânia, e, caso a crise se agrave, o prazo para esses subsídios pode ser estendido.
As manifestações ocorrem após o anúncio de uma proposta feita na madrugada desta sexta pelo governo, que prevê a liberação de pelo menos 1 bilhão de euros para ajudar os transportadores, mas o Comitê Nacional do Transporte por Estradas (CNTC, na sigla em espanhol) reluta em assinar um acordo. Os benefícios preveem 20 centavos de euro por litro no quilo de combustíveis, sendo que 15 centavos serão bancados pelo governo e 5 centavos, pelas empresas petrolíferas.
A proposta limita em 1.250 euros por caminhão, 950 euros por ônibus, 500 euros por vans e 300 euros por táxis e ambulâncias. Além disso, a negociação prevê a renegociação de dívidas de empresas transportadoras.
A postos em frente ao Ministério dos Transportes, os caminhoneiros bloquearam a Avenida Castellana e se concentram na Praça San Juan de La Cruz e entoam cantos de que não são terroristas e exigem que o governo lhes dê suporte o mais rapidamente possível e reivindicam ainda uma reunião com a ministra dos Transportes do país, para encontrar uma solução.
A ministra de de Transportes, Movilidad y Agenda Urbana, Raquel Sánchez, prometeu uma conversa decisiva hoje, às 17h no horário local (13h no horário de Brasília).
Governo espanhol pressionado por greve de caminhoneiros
Desde a última quinta-feira (24/3), o governo espanhol tenta uma saída para uma greve, que ameaça sufocar a economia do país.
"Não nos levantaremos até chegarmos a um acordo" que ponha fim à greve, disse o presidente do governo socialista, Pedro Sánchez, referindo-se às negociações com as transportadoras.
Os grevistas acusam o governo de inação diante dos aumentos dos preços e criticam a gestão desse protesto, o mais importante desde o retorno da esquerda ao poder em 2018.
O governo enviou três ministros para a reunião (Economia, Transportes, Finanças), à qual Sánchez não pôde estar presente devido às cúpulas da União Europeia e da Otan em Bruxelas.
Além disso, os caminhoneiros afirmam que o governo "negocia com o comitê nacional, e eles não nos representam" e exigem um lugar à mesa de negociações.
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