ONU

Seis meses de guerra na Ucrânia representam 'marco trágico', diz Guterres

Ele ainda reiterou "sua profunda preocupação" com as atividades militares em torno da usina nuclear de Zaporizhzhia

Agence France-Presse
postado em 24/08/2022 14:21 / atualizado em 24/08/2022 14:22
 (crédito: ED JONES / AFP)
(crédito: ED JONES / AFP)

Os seis meses da invasão russa da Ucrânia representam um "marco triste e trágico", disse o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, ao Conselho de Segurança nesta quarta-feira (24). "Hoje representa um marco triste e trágico, (na conclusão) de seis meses desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro", disse Guterres, que também denunciou as consequências dessa "guerra absurda" que vai "muito além da Ucrânia".

Em particular, ele reiterou "sua profunda preocupação" com as atividades militares em torno da usina nuclear de Zaporizhzhia. "Qualquer escalada adicional da situação pode levar à autodestruição", alertou.

Sobre este ponto, em um discurso por vídeo, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse ao Conselho que a Rússia "deve parar incondicionalmente a chantagem nuclear" e "retirar-se completamente" da central nuclear de Zaporizhzhia.

No início da sessão, o embaixador russo Vassily Nebenzia opôs-se à intervenção de Zelensky, sublinhando que não tinha objeções ao princípio da sua participação, mas sim ao fato de não o fazê-lo em pessoa. Mas a intervenção foi aprovada em votação dos membros do Conselho (13 a favor, 1 contra, 1 abstenção).

Por sua vez, a representante dos Estados Unidos, Linda Thomas Greenfield, comentou que "hoje marca seis meses de guerra premeditada, injustificável, brutal e em grande escala da Rússia contra a Ucrânia". "Seis meses de mentiras vergonhosas e violações do direito internacional" e "seis meses de atrocidades terríveis", denunciou.

Enquanto isso, Guterres também destacou a persistente ameaça à segurança alimentar mundial após retornar de uma visita à Ucrânia e à Turquia focada nas exportações de grãos ucranianos, que foram retomadas graças a um acordo internacional assinado em julho.

"Em 2022 há comida suficiente no mundo, o problema é sua distribuição desigual. Mas se não estabilizarmos o mercado de fertilizantes em 2022, simplesmente não haverá comida suficiente em 2023", disse ele.

Guterres viajou esta semana para Lviv, no oeste da Ucrânia, onde se encontrou na quinta-feira com o presidente ucraniano Volodimir Zelensky e seu homólogo turco Recep Tayyip Erdogan. Na sexta-feira, ele foi para Odessa, um dos três portos destinados à exportação de cereais.

No sábado, ele também visitou o primeiro navio humanitário fretado pela ONU que transportava grãos ucranianos na costa sul de Istambul.

 

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