Fertilidade

França retira anonimato de futuros doadores de esperma e óvulos

As crianças nascidas de doações feitas a partir desta quinta-feira poderão pedir na idade adulta para saber quem é "seu" doador, medida que não se aplica a quem fez as suas doações antes dessa data

Agence France-Presse
postado em 01/09/2022 08:39 / atualizado em 01/09/2022 08:39
 (crédito: Pressfoto/Freepik)
(crédito: Pressfoto/Freepik)

Os doadores de esperma e óvulos na França devem a partir desta quinta-feira (1º/9) consentir que as crianças que ajudaram a conceber possam, quando adultas, conhecer sua identidade e "acesso às origens pessoais".

Essa reforma aprovada há um ano "era inevitável, porque acompanha uma mudança na sociedade", segundo a doutora Florence Eustache, da Federação Cecos, centros responsáveis pela gestão da doação de gametas e reprodução assistida.

As crianças nascidas de doações feitas a partir desta quinta-feira poderão pedir na idade adulta para saber quem é "seu" doador, medida que não se aplica a quem fez as suas doações antes dessa data.

Neste último caso, será criada uma comissão para ajudar os atuais adultos a encontrar doadores, mas sem garantias de sucesso, pois estes podem se opor à divulgação de sua identidade caso sejam contatados.

Há 40 anos, quando aconteceram as primeiras inseminações, a esterilidade no casal era encarada como uma "vergonha" ou como um tabu, e alguns pais não revelavam aos filhos as condições de sua concepção, segundo Eustache.

No entanto, os psicólogos do Cecos atualmente aconselham às famílias a transparência e o desejo dos menores de conhecer suas origens é mais bem compreendido, acrescenta.

Para milhares de adultos nascidos por doação, trata-se de “uma busca pessoal fundamental”, segundo Alexandre Mercier, da associação PMAnonyme, que identificou seu pai biológico após comparar seu DNA com os resultados de um banco de dados online.

Para Mercier, trata-se de "colocar um rosto naquele homem ou mulher, saber a quem devemos nossas características físicas, conhecer seu histórico médico e diferenciar o que adquirimos através de nossos genes de nossa criação", acrescentou.

No entanto, "não se trata de substituir nossos pais que nos criaram, nem de deixar de amá-los", afirmou o homem de 36 anos, que mantém contato regular com seu pai biológico desde que o encontrou.

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