MARROCOS

Dezenas de ativistas manifestam pelo direito ao aborto em Marrocos

No início de setembro, uma adolescente marroquina faleceu depois de realizar um aborto clandestino em uma aldeia do centro do Marrocos

Agence France-Presse
postado em 28/09/2022 18:24 / atualizado em 28/09/2022 18:24
 (crédito: FADEL SENNA / AFP)
(crédito: FADEL SENNA / AFP)

Dezenas de ativistas feministas foram às ruas nesta quarta-feira (28/9) na capital de Marrocos, Rabat, para exigir a revisão das leis que criminalizam o aborto, após a morte de uma adolescente vítima de uma interrupção clandestina da gravidez, observaram jornalistas da AFP.

Frases como "O aborto é um dos direitos da mulher", "A lei me matou" e "O aborto é uma atenção médica" podiam ser lidas nos cartazes exibidos pelas manifestantes.

"É primordial revisar estas leis sem fundamento. Ter um filho deveria ser uma escolha!", afirmou à AFP a militante Sarah Benmoussa.

"Estamos aqui para que nossa voz seja ouvida e as coisas mudem. Todo ser humano deve poder mandar em seu corpo. As leis devem ser reformadas!", disse Khaoula, estudante de jornalismo de 23 anos, que participava de uma manifestação pela primeira vez.

"É horrível saber que há garotas que morrem em abortos clandestinos", lamentou.

No início de setembro, uma adolescente marroquina faleceu depois de realizar um aborto clandestino em uma aldeia do centro do Marrocos, causando indignação entre as ONGs feministas.

A lei marroquina pune o aborto com seis meses a cinco anos de prisão, exceto em casos em que a mãe corre risco de vida.

Cerca de 600 a 800 abortos clandestinos são praticados no Marrocos a cada dia, segundo as ONGs que defendem sua legalização.

Fouzia Yassine, da coalizão de associações feministas marroquinas, "Primavera da Dignidade", lembrou que "pedem a descriminalização do aborto há doze anos".

Embora nos últimos anos tenha sido criada uma comissão oficial sobre o aborto que recomendou que o procedimento fosse autorizado "em alguns casos de força maior" (como estupro ou malformações do feto), nenhuma lei ratificou essas recomendações até o momento.

 

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