Reino Unido

Pesquisadora encontra baiacu raro com veneno capaz de matar 30 humanos

Identificado como um Lagocephalus lagocephalus, o baiacu oceânico foi encontrado morto na praia no sul do Reino Unido. Ele tem uma toxina 1.200 mais vezes mortal que o cianeto

Raphaela Peixoto*
postado em 29/11/2022 17:34 / atualizado em 29/11/2022 17:34
 (crédito: Arquivo Pessoal/Constance Morris)
(crédito: Arquivo Pessoal/Constance Morris)

Constance Morris, uma especialista em animais marinhos, encontrou um peixe raro e extremamente letal enquanto curtia as férias com a família em uma praia na Cornualha, no sul do Reino Unido. O animal, um baiacu oceânico, tem uma toxina 1.200 mais mortal que o cianeto — uma toxina capaz de matar por envenamento em menos de 5 minutos. O veneno de cada animal é capaz de matar 30 humanos adultos. O caso ocorreu no último dia 21 de novembro. 

"Enquanto esperava minha família se reunir, eu estava olhando para a praia quando notei algumas gaivotas de dorso preto bicando um peixe. Ao caminhar até o animal, soube instantaneamente que era um achado incomum", disse Constance, em entrevista ao jornal local Cornwall Live. "(O animal tinha) lasca nas costas, parte inferior branca e flácida, rosto atarracado que escondia sua característica mais notável, o bico. Nenhum dos nossos peixes locais têm bicos. Então, eu sabia que era algo um pouco mais tropical", afirmou a especialista. 

O peixe foi identificado como um baiacu oceânico, o Lagocephalus lagocephalus

O baiacu oceânico tem o nome científico de 'Lagocephalus lagocephalus'
O baiacu oceânico tem o nome científico de 'Lagocephalus lagocephalus' (foto: Arquivo Pessoal/Constance Morris)

Morris tem o costume de registrar animais marinhos mortos para a Marine Stranding Network do Cornwall Wildlife Trust, uma organização de monitoramento da vida selvagem na região. A pesquisadora na intenção averiguar o peixe para fins acadêmicos e compartilhar as informações com instituições voltadas ao estudo da vida marinha guardou o animal em seu freezer.

"Eu sempre estou pronto para este tipo de situação. Em qualquer caso, é aconselhável não tocar no corpo. Eu carrego comigo um kit especial, assim pude ensacar o peixe e colocá-lo em minha mochila com segurança", disse. "É muito importante registrá-los, pois dá uma melhor indicação do que está acontecendo em nossos oceanos", enfatiza Morris.

Matt Slater, oficial de conservação marinha do Cornwall Wildlife Trust, fez um alerta aos banhistas caso achem outros peixes dessa espécie. "Eles podem produzir lodo tóxico, então é melhor manuseá-los com luvas. Como todos os baiacus, eles produzem tetrodotoxina, que é perigosa, especialmente se ingerida.

O baiacu é nativo dos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico. Apesar de ser raro, o peixe tem sido encontrado com uma certa frequência no Mar Mediterrâneo nos últimos anos. No entanto, Morris ressaltou que é bastante incomum esse peixe aparecer em território britânico. 

*Estagiária sob supervisão de Pedro Grigori

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