Foi um fim de semana de apreensão em Taiwan diante de uma forte demonstração do poderio militar da China na região. Pequim utilizou 71 aviões de combate e sete navios durante exercícios militares ao redor da ilha, informou, ontem, o Ministério da Defesa de Taipé.
Segundo a atualização diária publicada pelo ministério, 47 voos ultrapassaram a zona de defesa de identificação aérea (ADIZ), o terceiro maior número desde o início dos registros, segundo uma base de dados da agência de notícias France Presse. A nota destaca que seis aviões SU-30, um dos modelos mais avançados da China, participaram das manobras.
O Exército Popular de Libertação (EPL) da China informou, no domingo, que efetuou um "exercício de ataque" em reação a ofensas norte-americanas, sem especificá-las. "Uma resposta firme ao conluio crescente e às provocações das autoridades dos Estados Unidos e de Taiwan."
Pequim não aceita a política do presidente dos EUA, Joe Biden, para Taiwan, em particular depois que o democrata afirmou que Washington defenderia a ilha em caso de ataque da China. No orçamento de defesa norte-americano, aprovado no sábado, há provisões relacionadas a Taiwan — a China é classificada como um desafio estratégico.
As tensões entre Washington e Pequim atingiram um ponto máximo em agosto, quando a presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, visitou a ilha, o que levou o EPL a organizar um grande exercício militar. Como parte de suas ações, o governo chinês intensificou o uso de seus bombardeiros H-6 com capacidade nuclear nas incursões à ADIZ.
Taiwan vive sob a ameaça de uma invasão da China, que considera a ilha de governo autônomo parte de seu território e já prometeu retomá-la. A pressão militar diplomática e econômica foi intensificada no governo do presidente Xi Jinping.
Ao longo deste ano, foram registradas 1,7 mil incursões na ADIZ taiwanesa com aeronaves militares chinesas, contra 969 em 2021 e 146 em 2020. Pequim não divulgou o número de aviões que participaram nas manobras de domingo nem sua localização. A contagem de Taipé indica que a maioria das aeronaves cruzou a "linha média" do Estreito de Taiwan que separa os dois lados.
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