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EUA ainda consideram Maduro 'ilegítimo' após dissolução de governo interino da Venezuela

Os Estados Unidos não reconhecem Maduro como presidente da Venezuela por considerarem sua reeleição em 2018 fraudulenta

Agence France-Presse
postado em 03/01/2023 19:13 / atualizado em 03/01/2023 19:16
 (crédito: Yuri Cortez/AFP)
(crédito: Yuri Cortez/AFP)

Os Estados Unidos ainda consideram Nicolás Maduro o presidente ilegítimo da Venezuela, afirmou, nesta terça-feira (3), o Departamento de Estado, que reconhece a autoridade do Parlamento eleito em 2015, de maioria opositora e que recentemente dissolveu o "governo interino" de Juan Guaidó.

"Nossa abordagem a Nicolás Maduro não mudou. Ele não é o líder legítimo da Venezuela. Reconhecemos a Assembleia Nacional de 2015", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, a repórteres.

Os Estados Unidos não reconhecem Maduro como presidente da Venezuela por considerarem sua reeleição em 2018 fraudulenta. Desde então, Washington apoia o líder opositor Juan Guaidó, que se autoproclamou "presidente encarregado" em 5 de janeiro de 2019.

Desde então, Guaidó obteve o controle de ativos venezuelanos bloqueados no estrangeiro, mas nunca pôde assumir o poder, apesar de amplo apoio internacional, que vem enfraquecendo.

Na semana passada, Guaidó perdeu ainda mais força: a própria oposição decidiu dissolver o governo interino a partir de 5 de janeiro.

Uma decisão que não mudou a posição americana. No entanto, Washington manteve negociações com o governo Maduro para a troca de prisioneiros e enviou delegados a Caracas em meio à crise do petróleo desencadeada pelas sanções impostas à Rússia pela invasão da Ucrânia.

Aparentemente, o governo do democrata Joe Biden ignora as últimas declarações de Maduro, que em entrevista garantiu que a Venezuela está "totalmente preparada para dar lugar a um processo de normalização das relações diplomáticas, consulares e políticas" com o Estados Unidos.

"Continuaremos aplicando nosso programa de sanções contra o regime de Maduro", que continuará sendo avaliado com base no que Caracas apresentar "em termos de promover a possibilidade do povo venezuelano alcançar suas aspirações democráticas", acrescentou Price.

Nesse sentido, o porta-voz do Departamento de Estado qualificou como positivas as negociações retomadas no México entre o governo Maduro e a oposição.

O apoio internacional a Guaidó foi acompanhado de sanções contra a Venezuela como mecanismo de pressão contra o governo socialista, que estima que cerca de US$ 24 bilhões de dólares do Estado venezuelano estejam bloqueados no exterior.

"Os membros da Assembleia Nacional estão debatendo como irão supervisionar esses ativos no exterior e continuaremos a ter discussões com eles nessa frente", disse Price.

O porta-voz afirmou que Guaidó "continua como membro da Assembleia Nacional de 2015", que "é a última instituição democraticamente eleita no país".

"Coordenaremos e continuaremos a coordenar com ele como membro da Assembleia Nacional de 2015 e com outros atores democráticos na Venezuela para apoiar o povo venezuelano e suas aspirações por democracia, estado de direito e prosperidade", acrescentou.

Os Estados Unidos continuarão "trabalhando com a comunidade internacional para ajudar a enfrentar a crise venezuelana e avançar para eleições livres e justas na Venezuela, de acordo com os desejos do povo venezuelano", que "precisa de um cronograma claro" para a realização de eleições, concluiu Price.

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