Mesmo com o passar dos dias, mais pessoas estão sendo encontradas nos escombros do terremoto que abalou a Turquia e a Síria no último dia 6 de fevereiro. Durante o resgate, nesta terça-feira (14/2), dois irmãos foram retirados com vida após 198 horas nos escombros.
O primeiro a ser retirado foi Muhammed Enes Yeninar, de 17 anos. Em seguida, o irmão, Baki Yeninar, de 21 anos, foi encontrado. Os irmãos foram resgatados na província de Kahramanmaras, na Turquia. As informações são do jornal O Globo.
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Até o momento, mais de 37 mil mortes foram confirmadas na Turquia e na Síria. As autoridades turcas informaram mais de 31 mil mortes, enquanto no país vizinho foram mais de 5,8 mil, conforme levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU) e do governo sírio.
A emissora CNN na Turquia informou que, após o resgate dos irmãos, um outro jovem foi encontrado com vida em Adiyaman. Já em Hatay, um homem de 67 anos, chamado Huseyin Berber, foi salvo pelos socorristas.
No mesmo dia, Emine Akgul, de 26 anos, foi retirada viva dos escombros de um prédio desabado em Hatay, segundo o jornal Al Jazeera.
Saiba mais sobre as crianças resgatadas no terremoto
Serkan Tatoglu conseguiu salvar seus quatro filhos do violento terremoto que destruiu sua casa no sudeste da Turquia. A família agora está segura, mas a filha de seis anos continua perguntando: "Papai, vamos morrer?"
A província de Kahramanmaras — com 1,1 milhão de habitantes antes do terremoto — tem tido nas últimas semanas ares de filme apocalíptico, com seus prédios desabados, o som de sirenes de ambulâncias e caixões colocados na beira das estradas.
"Meus filhos foram gravemente afetados pelo terremoto", disse à AFP Serkan Tatoglu, cuja esposa e filhos de 6, 11, 14 e 15 anos se refugiaram em um aglomerado de barracas construídas ao lado de um estádio na cidade de Kahramanmaras.
"Perdi dez membros da minha família. Meus filhos não sabem, mas a mais nova está traumatizada com as réplicas do terremoto. Ela fica me perguntando 'Papai, vamos morrer?'", conta. "Não quero mostrar os corpos para eles. Eu e minha esposa os abraçamos e dissemos que tudo vai melhorar", diz.
"Políticas de emergência"
Sueda Deveci, psicólogo da filial turca da ONG Doctors Worldwide, enviado a Kahramanmaras, trabalha com os pais, também traumatizados. "Uma mãe me confessou: 'Todo mundo deve ser forte, mas eu não posso fazer nada, não posso cuidar dos meus filhos, não tenho nem vontade de comer'".
Algumas crianças parecem ainda não ter consciência do terremoto, diz ele, enquanto três delas desenham ao seu lado. "Não falo muito sobre o terremoto com elas. Nós as colocamos para desenhar e veremos até que ponto isso será transmitido em seus desenhos", diz.
"Políticas centradas nas crianças devem ser elaboradas com urgência", pediu Esin Koman, especialista em proteção dos direitos da criança, que agora trabalha na província de Kahramanmaras. Segundo ela, os menores se adaptam mais rápido que os pais, mas é preciso fazer o que for necessário para que eles passem nesse teste.
"Enxurrada de ligações"
O vice-presidente turco, Fuat Oktay, afirmou que 574 crianças retiradas dos prédios desabados foram encontradas desacompanhadas. Cerca de 76 foram entregues a familiares. Um grupo de cerca de 200 voluntários, entre psicólogos, advogados e médicos, montou centros de coordenação nas dez províncias devastadas pelo terremoto. O objetivo é identificar as crianças desacompanhadas e entregá-las às suas famílias, com a ajuda da polícia.
"Recebemos milhares de ligações", conta Hatice Goz, voluntária do centro de coordenação da província de Hatay (sul). Ela entra em contato com as famílias que procuram suas crianças, recebe informação sobre a idade, características físicas e moradia, antes de informar os centros de coordenação.
"Temos equipes especializadas nisso. Elas analisam permanentemente todas as informações obtidas, comparando-as com os registros hospitalares", diz Hatice Goz. "Quando vi a lista ontem, o número de crianças desaparecidas de que fomos informados chegou a 180. E entregamos 30 para suas famílias", acrescenta.
As crianças foram retiradas com vida dos escombros e levadas aos hospitais mais próximos, sem necessariamente estarem acompanhadas de um familiar. Mas enfatiza, "se a criança ainda não fala, a família não consegue encontrá-la".
*Com informações da Agência France-Presse
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