CONFLITO

Operação israelense na Cisjordânia deixa 10 mortos e mais de 80 feridos

Além de um adolescente de 16 anos, nove homens com idades entre 23 e 72 anos morreram durante a ofensiva, anunciou o Ministério da Saúde palestino

Agence France-Presse
postado em 22/02/2023 18:30 / atualizado em 22/02/2023 18:30
 (crédito: ZAIN JAAFAR / AFP)
(crédito: ZAIN JAAFAR / AFP)

Dez palestinos morreram e mais de 80 ficaram feridos em um ataque militar israelense a Nablus, onde os confrontos são frequentes nesta quarta-feira (22/2), segundo a Autoridade Palestina.

Além de um adolescente de 16 anos, nove homens com idades entre 23 e 72 anos morreram durante a ofensiva, anunciou o Ministério da Saúde palestino. A Jihad Islâmica disse que um de seus comandantes locais de seu braço militar está entre os mortos.

Pelo menos 82 pessoas foram hospitalizadas por ferimentos a bala em diferentes estabelecimentos desta grande cidade palestina, algumas em estado grave, informou o ministério em um comunicado.

Questionado pela AFP, o Exército israelense não se pronunciou sobre o balanço e disse que "não tem qualquer informação para divulgar" sobre a operação.

Esta é a incursão mais sangrenta na Cisjordânia desde pelo menos 2005, com um balanço semelhante ao de 26 de janeiro em Jenin, também no norte da Cisjordânia, onde dez palestinos foram mortos.

O Exército israelense anunciou pouco antes das 10h30 (5h30 de Brasília) uma operação em Nablus, mas não revelou detalhes.

'Obstáculo à paz' 

Os soldados deixaram a cidade quase três horas depois, de acordo com os correspondentes da AFP. Um jornalista da AFP no centro de Nablus observou soldados israelenses lançando bombas de gás lacrimogêneo na direção de jovens palestinos que atiravam pedras contra veículos militares e queimavam pneus.

O jornalista Mohammed Al Khatib, da Palestine TV, foi ferido no ataque, disse um repórter da emissora. À tarde, uma multidão se reuniu na cidade, incluindo homens armados, para um funeral.

"As autoridades de ocupação e o governo israelense de extrema direita são responsáveis por este horrível massacre", disse Saeed Abu Ali, secretário-geral adjunto da Liga Árabe para Assuntos Palestinos.

A vizinha Jordânia pediu calma e disse que vai trabalhar "intensivamente com todas as partes" para acabar com a escalada de violência.

De Nova York, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, exigiu que os assentamentos israelenses não sejam mais construídos nos territórios palestinos ocupados. "Cada novo assentamento é mais um obstáculo no caminho para a paz", disse ele.

'Prioridade' 

Nos últimos meses, as tropas israelenses aumentaram suas operações apresentadas como "antiterroristas" para procurar "suspeitos" no norte da Cisjordânia — em particular nas cidades de Jenin e Nablus, redutos de grupos armados.

A última grande operação israelense em Nablus foi em outubro de 2022. Cinco palestinos foram mortos em um ataque ao grupo armado Aren al-Usud ("Cova dos Leões", em tradução livre do árabe) baseado na cidade.

Em mensagem postada no Telegram, o movimento disse que participou dos confrontos com as forças israelenses e travou "uma batalha de honra".

Esses últimos confrontos ocorrem em meio a uma escalada da violência desde o início do ano na Cisjordânia, território palestino ocupado desde 1967 por Israel.

Após a operação de janeiro, foram registrados tiroteios entre grupos armados na Faixa de Gaza e o Exército israelense, além de um ataque em Jerusalém Oriental.

"Impedir mais violência é uma prioridade urgente", afirmou na segunda-feira (20) Tor Wennesland, mediador da ONU para o Oriente Médio.

Desde o início do ano, o conflito israelense-palestino já matou mais de 50 palestinos, incluindo membros de grupos armados e civis e também menores, nove civis israelenses, entre eles três menores e uma ucraniana, de acordo com um balanço da AFP com base em fontes oficiais israelenses e palestinas.

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