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Os 9 mil km de algas que avançam para Caribe e Flórida

Este é o cinturão atlântico de sargaço (Sargassum), que viaja todos os anos da África Ocidental até o Golfo do México

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postado em 17/03/2023 08:24 / atualizado em 17/03/2023 08:24
 (crédito: Getty Images)
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Uma enorme massa de algas se aproxima do Caribe e do México.

Este é o cinturão atlântico de sargaço (Sargassum), que viaja todos os anos da África Ocidental até o Golfo do México.

Este ano, o amontoado de algas tem um comprimento de aproximadamente 8,8 mil quilômetros e pesa 10 milhões de toneladas.

A massa de sargaço é tão grande que a única maneira de ver todo o cinturão é do espaço.

"Quase todos os anos temos uma floração diferente de tudo que já vimos, cada vez maior", diz Brian Barnes, da Universidade do Sul da Flórida, nos Estados Unidos.

O sargaço é uma "macroalga marrom que flutua na superfície do oceano", de acordo com o Laboratório de Oceanografia Óptica da mesma universidade.

No entanto, não se trata de uma "massa contígua", explica Barnes.

A menor mancha de sargaço vista em imagens de satélite é do tamanho de um campo de futebol, embora a maior possa atingir até 2,5 quilômetros quadrados.

De acordo com a Rede de Monitoramento de Sargaço de Quintana Roo, na península mexicana de Yucatán, onde estão localizadas Cancún, Playa del Carmen e Tulum, entre outros pontos turísticos, apenas quatro das 80 praias ficaram sem a massa de algas na quinta-feira (16/3), embora apenas 12 tenham apresentado uma quantia "excessiva" desse material.

"Vimos um aumento na quantidade (de sargaço) na primeira quinzena de março. A maioria das camadas de alga ainda está entrando no Mar do Caribe pelo leste e continua a se mover para o oeste, onde alcançará a costa mexicana em Yucatán. Em geral, algumas praias do Mar do Caribe receberam e ainda receberão quantidades variáveis ??de sargaço, mas nem todas passarão por isso", avalia Chuanmin Hu, professor da Universidade do Sul da Flórida.

"Espera-se que o sargaço atinja a parte oriental da península de Yucatán (Belize e México) e as praias das Grandes e das Pequenas Antilhas. O tamanho e a frequência desse acúmulo de sargaço nas costas podem aumentar nos próximos meses", acrescenta Barnes.

O sargaço é um material importante para a vida marinha. Porém, depois de 48 horas acumuladas na terra, as algas começam a emitir toxinas, como o sulfeto de hidrogênio, que cheiram a ovo podre.

Em termos ambientais, o sargaço "pode ??sufocar os ninhos de tartarugas marinhas na praia" e liberar "quantias de matéria orgânica dissolvida, que afetam os ambientes costeiros e seus habitantes", complementa Barnes.

Pior do que o cheiro, o sulfeto de hidrogênio também causa dores de cabeça, irritação nos olhos e dor de estômago se está presente em grandes quantidades no ambiente, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC).

A razão exata para o crescimento do sargaço ainda está sendo estudada.

Hu explica que as algas marinhas precisam de "luz solar, água morna e nutrientes de diferentes fontes" para crescer rapidamente. Ele ainda aponta que o "cinturão alongado é formado por causa das correntes marítimas e dos ventos de superfície".

Um fator que contribui, observa Barnes, pode ser a Bacia Amazônica, que tem liberado mais nitrogênio nos oceanos. Esse elemento serve para fertilizar o sargaço.

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