Reino Unido

Camilla dá seus primeiros passos internacionais como rainha consorte

No Reino Unido, a popularidade da rainha consorte ainda não aumentou significativamente, apesar da devoção inabalável ao marido e à Coroa, e de suas muitas atividades de caridade

Agence France-Presse
postado em 28/03/2023 11:42
 (crédito: Jordan Pettitt/POOL/AFP)
(crédito: Jordan Pettitt/POOL/AFP)

Camilla, esposa do rei Charles III, passou anos nas sombras. Agora, aos 75 anos, dará seus primeiros passos internacionais como rainha consorte durante a visita de Estado que o casal real fará à Alemanha a partir de quarta-feira (29/3).

A primeira parte da viagem real, que deveria começar no domingo na França, foi adiada devido a violentos protestos naquele país contra a reforma do sistema de aposentadoria.

Mas a segunda esposa do rei britânico, com seus cabelos loiros grisalhos, voz rouca e sorriso calmo, está acostumada a suportar crises estoicamente, após ser criticada durante anos pelo fracasso do casamento do então príncipe Charles com a princesa Diana.

No Reino Unido, sua popularidade ainda não aumentou significativamente, 48% segundo o YouGov em março, apesar de sua devoção inabalável ao marido e à Coroa, e de suas muitas atividades de caridade.

"Ela têm se esforçado para ficar em segundo plano nas últimas décadas (...) não é muito conhecida", admite o ex-embaixador britânico na França, Peter Ricketts. Ela tem "fortes convicções, é uma pessoa muito afetuosa", diz. "Sempre um passo atrás do marido", acrescenta ela.

Ela o acompanha regularmente em suas viagens, acalmando-o como quando o novo rei perdeu a paciência diante das câmeras por causa de problemas com uma caneta.

Ela será coroada ao lado de Charles III em 6 de maio na Abadia de Westminster.

Camilla é presidente ou patrona de mais de 90 instituições de caridade.

Durante anos, ela defendeu as vítimas de estupro e agressão sexual, uma causa que espera "defender pelo resto de sua vida".

Outros de seus interesses são a saúde, as artes, a literatura e os cavalos, hobby que compartilhou com a falecida rainha Elizabeth II.

Há dois anos criou também um círculo de leitura no Instagram “The Reading Room”.

Ela mostra interesse especial em algumas causas, como a Royal Osteoporosis Society, da qual se tornou presidente em 2001. Sua mãe e sua avó morreram dessa doença óssea.

Rottweiler

Camilla, conhecida como duquesa da Cornualha desde seu casamento com Charles em 2005, precisou de muito tempo e esforço para ser aceita. Elizabeth II, relutante, não compareceu ao casamento civil em Windsor.

A princesa Diana, que logo percebeu que Camilla era o grande amor da vida de Charles, a apelidou de "Rottweiler", apelido que a acompanhou por anos.

Divorciada em 1995 de Andrew Parker-Bowles, mãe de dois filhos adultos e avó de cinco adolescentes, Camilla aos poucos se firmou no coração dos britânicos.

O seu sentido do dever, a sua simplicidade e o seu humor venceram algumas relutâncias em relação a esta mulher de classe média alta, filha de um militar que se tornou negociante de vinhos.

Poucos meses antes de sua morte, Elizabeth II expressou seu "desejo sincero" de que fosse reconhecida como "rainha consorte" quando Charles ascendesse ao trono, encerrando anos de discussões sobre o tema.

Camilla, cujo sobrenome de solteira era Shand, conheceu o príncipe Charles em 1971. Depois de um breve romance, os dois acabaram se casando com outras pessoas, ela com Parker-Bowles em 1973, ele com Diana em 1981. Retomaram o romance quando Charles ainda era casado com Diana.

Muitas pessoas reconhecem o impacto positivo que Camilla teve sobre o marido, com quem compartilha um profundo interesse pelo meio ambiente.

"As pessoas percebem que Camilla é perfeita para Charles e que eles funcionam maravilhosamente bem em equipe", diz o comentarista real Richard Fitzwilliams.

"Eles têm a mesma idade, o mesmo senso de humor e os mesmos amigos. Ela é tudo o que Diana não era", disse à AFP.

"Ela o apoia à sua maneira, tranquila."

Estar o tempo todo no foco da mídia "não é fácil", reconheceu Camilla no ano passado em uma entrevista inusitada à revista Vogue.

"Ninguém gosta de ser vigiado e criticado o tempo todo... mas acho que no final eu superei (...). Tenho que continuar vivendo."

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