América Latina

Atiradores assassinam seis pessoas em povoado turístico do Equador

O massacre ocorreu na noite de sábado em uma zona movimentada da localidade litorânea

Agence France-Presse
postado em 21/05/2023 17:59
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

Pelo menos seis pessoas morreram e outras seis ficaram feridas depois que atiradores abriram fogo contra um restaurante na localidade turística de Montañita, na costa pacífica do Equador, informou o Ministério Público neste domingo (21).

Em seu perfil no Twitter, a entidade anunciou que investiga "um ataque armado em um restaurante [...] que provocou a morte de seis pessoas e outras seis ficaram feridas".

O massacre ocorreu na noite de sábado em uma zona movimentada desta localidade litorânea. No local, os investigadores encontraram "cápsulas de projéteis de armas de fogo, três telefones celulares e substâncias sujeitas à fiscalização", acrescentou o MP, sem detalhar a idade e a identidade das vítimas.

"Ouvimos o barulho: pá, pá, pá, e as pessoas dizendo: Corre! Corre! É tiro", relatou à AFP uma mulher que estava perto do local no momento dos disparos e que não quis se identificar por medo de represálias.

Trata-se do segundo massacre na costa pacífica do Equador esta semana.

Na quinta-feira, várias pessoas entraram em uma funerária no porto vizinho de Manta e abriram fogo contra os presentes em um velório. O ataque deixou quatro mortos e oito feridos, segundo o Ministério Público.

Estado de exceção 

Situado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores mundiais de cocaína, o Equador vivencia a pior escalada de violência de sua história recente.

A criminalidade ligada ao narcotráfico levou a taxa de homicídios a praticamente dobrar de 2021 a 2022, passando de 14 para 25 para cada 100.000 habitantes.

Em resposta à onda de violência, o presidente conservador Guillermo Lasso impôs, em 1º de abril, o estado de exceção nas províncias e cidades mais afetadas, entre elas Santa Elena (sudoeste), onde fica Montañita.

A medida permite mobilizar militares nas ruas e implantar toques de recolher. O governo também deu luz verde à população para a posse e o porte de armas para defesa pessoal.

Entretanto, os massacres em lugares públicos continuam aterrorizando os equatorianos.

Em meados de abril, na província de Esmeraldas (noroeste e fronteiriça com a Colômbia), cerca de 30 atiradores abriram fogo em um porto de pescadores artesanais, matando nove pessoas. Duas semanas depois, homens em motos atiraram contra pessoas que assistiam a uma partida de futebol em uma oficia mecânica, matando dez delas e ferindo outras três, entre elas uma menina de cinco anos.

Lasso atribui a violência às disputas entre organizações criminosas, que brigam pelo poder e pelo controle de rotas para o tráfico de drogas pelo Oceano Pacífico, um corredor estratégico para o envio de droga para Estados Unidos e Europa.

Os embates também deixaram um rastro de morte atrás das grades, onde mais de 420 detentos foram assassinados desde 2021.

Entre janeiro e abril, o Equador apreendeu 64 toneladas de droga. Em 2022, as autoridades confiscaram mais de 200 toneladas, a maior parte cocaína.

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