Abuso sexual

Presidente da Bolívia pede ao papa Francisco arquivos sobre casos de pedofilia

O presidente Arce afirmou na nota que "o Estado boliviano se reserva o direito de admitir a entrada em território nacional de novos padres e religiosos estrangeiros que tenham esse histórico de abuso sexual contra menores"

Agence France-Presse
postado em 23/05/2023 17:20
 (crédito: Ronaldo SCHEMIDT / AFP)
(crédito: Ronaldo SCHEMIDT / AFP)

O presidente Luis Arce pediu ao papa Francisco na segunda-feira (22/5) todos os arquivos e registros sobre abusos sexuais cometidos por padres católicos na Bolívia, após investigações abertas pelo Ministério Público sobre vários casos de pedofilia.

A Bolívia está comovida com as revelações da imprensa envolvendo o falecido padre espanhol Alfonso Pedrajas, que confessou em um jornal privado que abusou de mais de 80 menores na Bolívia, onde chegou no início dos anos 1970.

"Peço que a Justiça boliviana tenha acesso a todos os arquivos, processos e informações sobre essas denúncias e atos de abuso sexual cometidos por padres e religiosos católicos em território boliviano", diz a carta enviada pelo presidente.

O caso, apurado pelo jornal espanhol El País, deu origem a pelo menos oito denúncias apresentadas ao Ministério Público boliviano contra padres da Companhia de Jesus, envolvendo Pedrajas e os demais clérigos espanhóis Luis María Roma, Alejandro Mestre e Antonio Gausset, todos falecidos.

O presidente Arce afirmou na nota que "o Estado boliviano se reserva o direito de admitir a entrada em território nacional de novos padres e religiosos estrangeiros que tenham esse histórico de abuso sexual contra menores".

A medida vigorará até a conclusão da negociação dos acordos e convenções bilaterais entre a Bolívia e o Vaticano.

A Conferência Episcopal Boliviana confirmou, por sua vez, a visita do padre espanhol Jordi Bertomeu para abordar o tema dos abusos sexuais no país. Bartomeu é um dos principais funcionários do Departamento de Doutrina da Fé do Vaticano.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação