*Por Priscila Crispi e Renata Giraldi - especial para o Correio
Este domingo, 15/10, foi marcado por forte apreensão em um dos mais tensos dos nove dias de guerra diante da ofensiva das Forças Armadas israelenses e dos ataques dos grupos radicais islâmicos Hamas e Hezbollah. A incerteza predomina com o aumento do número de mortos, feridos e reféns. São 1.300 mortos, 3.600 feridos, um milhão de deslocados e mais 155 reféns sob poder do Hamas.
Pelo menos 300 mil reservistas das Forças Armadas de Israel foram convocados, além dos voluntários e mais outros que serão chamados, mas o governo não revela o contingente. O exército elevou o reforço nas áreas próximas à Faixa de Gaza ontem em preparação para uma invasão do território palestino.
Em um comunicado, o Hezbollah reivindicou um novo ataque no norte de Israel, afirmando ter "matado e ferido vários soldados inimigos" e destruído três veículos militares. O Hamas, por sua vez, informa ter combatentes no Líbano, de onde foram disparados foguetes em direção ao norte de Israel.
A violência ultrapassou as fronteiras e foi parar em Chicago, nos Estados Unidos. Joseph Czuba foi detido após esfaquear 26 vezes até a morte Wadea Al-Fayoume, 6 anos, e ferir gravemente uma mulher porque ambos eram de origem palestina.
Reações
Em comunicado oficial, a União Européia rechaçou os ataques dos grupos radicais islâmicos, citou o Hamas e lamentou as mortes, chamadas de "brutais e indiscriminadas". A organização pediu pela libertação imediata dos reféns. "Apelamos ao Hamas para que liberte imediatamente todos os reféns, sem qualquer condição prévia", diz o texto.
A União Europeia ressaltou a importância da manutenção do esquema de ajuda humanitária nos territórios palestinos e colocou-se à disposição. "Reiteramos a importância de garantir a proteção de todos os civis em todos os momentos, em conformidade com o Direito Internacional Humanitário", informa o comunicado.
Em uma entrevista ao canal catariano Al-Jazeera, o chanceler iraniano, Husein Amir-Abdollahian, alertou sobre uma possível expansão do conflito: "Se os ataques do regime sionista contra a população indefesa de Gaza continuarem, ninguém pode garantir o controle da situação".
Com a palavra, o Papa
O Papa Francisco dedicou ontem a celebração do Angelus à guerra em Israel. Ele sugeriu que o próximo dia 17 seja destinado a orações e jejum pelo fim da guerra, em favor da paz e pelas vítimas. O Santo Padre foi categórico: "As guerras são sempre uma derrota". Visivelmente entristecido, ele ressaltou que: "A oração é uma força mansa e santa para se opor à força diabólica do ódio, do terrorismo e da guerra".
Segundo ele, é preciso ter piedade principalmente das crianças, dos idosos, das grávidas e dos doentes, assim como dos reféns: "É preciso garantir corredores humanitários e ajudar toda a população", apelou ele. "Irmãos e irmãs, muitos já morreram. Por favor, não deixem que mais sangue inocente seja derramado, nem na Terra Santa, nem na Ucrânia, nem em nenhum outro lugar. Basta".
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