guerra israel-hamas

Israel promete acesso a ajuda internacional a quem estiver no sul de Gaza

Bombardeios continuam na Faixa de Gaza, inclusive em cidades do sul que abrigam refugiados e brasileiros que aguardam resgate, como Rafah e Khan Yunis

Pessoas inspecionam os restos de um edifício destruído após o bombardeio israelense em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 18 de outubro de 2023 -  (crédito:  AFP)
Pessoas inspecionam os restos de um edifício destruído após o bombardeio israelense em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 18 de outubro de 2023 - (crédito: AFP)
postado em 18/10/2023 09:06

As Forças de Defesa de Israel (IDF) prometeram, nesta quarta-feira (18/10), fornecer ajuda humanitária internacional "conforme necessário" aos civis que se deslocarem do norte da Faixa de Gaza para o sul. "As IDF recomendam a evacuação para áreas abertas no oeste de Khan Yunis, na área de Al-Mawasi", diz o comunicado, que dá um vislumbre de que Israel pode permitir acesso a ajuda de ONGs e outros países para quem estiver no local. No 12º dia de guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas, o número de palestinos mortos subiu para 3.300. 

Na última sexta-feira (13/10), Israel deu o prazo de 24 horas para que a população se deslocasse do norte para o sul da Faixa de Gaza, em meio a intensificação dos bombardeios e uma iminente ofensiva terrestre na região. No entanto, o ultimato israelense foi criticado pela Organização das Nações Unidas (ONU). A entidade afirmou que seria impossível deslocar tantas pessoas em tão pouco tempo.

De lá para cá, mais de um milhão de palestinos foram obrigados a deixar suas casas. Esses cidadãos fugiram do norte de Gaza utilizando as rotas designadas pelos militares israelenses, mas os ataques aéreos e os lançamentos de foguetes continuaram, inclusive em cidades do sul que abrigam refugiados e brasileiros que aguardam resgate, como Rafah e Khan Yunis.

Nesta quarta-feira (18/10), bombardeios a um edifício residencial em Khan Younis causou sete mortes e 40 pessoas ficaram feridas. Na terça-feira (18/10), um bombardeio no Hospital Batista Al-Ahli Arabm, localizado na região sul da Cidade de Gaza, deixou de 500 a 800 pessoas mortas. A autoria do ataque ainda não foi confirmada. 

O grupo extremista Hamas culpa o Exército israelense pelo massacre. No entanto, as Forças de Defesa de Israel (IDF) negam responsabilidade e atribuem a autoria do ataque à Jihad Islâmica, outro grupo extremista da Faixa de Gaza. Por sua vez, líderes da Jihad Islâmica negam a acusação.

'Situação incontrolável'

A Organização Mundial da Saúde (OMS) condenou veementemente o bombardeio e informou que "o hospital estava em funcionamento, com pacientes, cuidadores e pessoas deslocadas internamente que ali buscavam refúgio".

Diversos hospitais na Cidade de Gaza tornaram-se abrigos para centenas de pessoas, na esperança de serem poupadas dos bombardeios depois de Israel ter determinado que todos os residentes da cidade se retirassem para o sul da Faixa de Gaza.

A pressão internacional por ajuda humanitária, abertura de corredor de passagem para os civis e até mesmo um cessar-fogo conta com diversas entidades, como a Organziação das Nações Unidas (ONU), a Human Rights Watch e a Organização Mundial da Saúde (OMS), e também de autoridades, como o Papa Francisco e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

O presidente egípcio, Abdel Fattah al Sisi, disse que a ajuda humanitária, bloqueada na península egípcia do Sinai, não pode entrar no território palestino através da passagem de fronteira devido aos "bombardeios israelenses". Centenas de caminhões com ajuda humanitária estão bloqueados há vários dias na região e ainda não chegaram na Faixa de Gaza, onde vivem 2,4 milhões de pessoas.

Segundo o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a situação na Faixa de Gaza está ficando "incontrolável". "Precisamos que a violência pare em todos os lados. A cada segundo que esperamos para introduzir ajuda médica, perdemos vidas. Precisamos de acesso imediato para começar a entregar material que pode salvar vidas", destacou Tedros. 

Confira o comunicado de Israel na íntegra:

AS FDI apelam aos residentes de Gaza para que evacuem para a área humanitária em Al-Mawasi, onde a ajuda humanitária internacional será fornecida conforme necessário As FDI continuam a apelar aos residentes do norte da Faixa de Gaza e da Cidade de Gaza para evacuarem para a área de Al-Mawasi, ao sul de Wadi Gaza. As IDF recomendam a evacuação para áreas abertas no oeste de Khan Yunis, na área de Al-Mawasi.

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