O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou nesta quinta-feira o "desmantelamento" do avião venezuelano que foi confiscado pelos Estados Unidos, depois de passar um ano e meio retido em Buenos Aires por ordem judicial americana.
"Fomos informados de um ato vil, criminoso, indignante: em um aeroporto de Miami, na Flórida, o império gringo vingativo, perverso, com toda a sua maldade, procedeu a desmantelar o avião da Emtrasur, o avião da Conviasa que haviam sequestrado", disse Maduro durante uma mobilização multitudinária em Caracas. "Removeram a cor da bandeira, apagaram o nome da Emtrasur e, depois, eles o desmantelaram e partiram em pedaços", continuou.
No dia 12 de fevereiro, os Estados Unidos concluíram a apreensão do avião cargueiro Boeing 747 da Empresa de Transporte Aerocargo del Sur (Emtrasur), subsidiária da companhia aérea estatal venezuelana Conviasa.
O avião foi vendido à Emtrasur pela sancionada companhia aérea iraniana Mahan Air, e permaneceu imobilizado por ordem judicial no aeroporto Ministro Pistarini, de Buenos Aires, desde 8 de junho de 2022, quando chegou do México com um carregamento de peças automotivas. Os 19 membros da tripulação que chegaram a Buenos Aires em 2022 foram detidos e, posteriormente, liberados.
O governo venezuelano classificou o ocorrido como "roubo" e, no dia 15 de fevereiro, Maduro chamou de "bandido" o presidente argentino, Javier Milei.
"É indignante!", reiterou Maduro na concentração chavista, que paralisou o trânsito na principal via de Caracas, onde um enorme tubarão inflável com uma bandeira dos Estados Unidos era transportado por um caminhão para ser exibido durante o ato.
Washington e Caracas mantêm uma relação tensa, que teve entre seus momentos mais críticos a ruptura de relações diplomáticas em 2019, depois que os Estados Unidos reconheceram, juntamente com cerca de 50 países, o governo interino simbólico do opositor Juan Guaidó, agora exilado naquele país.
No entanto, o governo do presidente Joe Biden apoiou um processo de negociação em Barbados - mediado pela Noruega - entre delegados de Maduro e da oposição, que firmaram um acordo em outubro que contempla a realização de eleições presidenciais em 2024, bem como a libertação de "presos políticos".
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