América Latina

Panamá: Ricardo Martinelli vai de candidato impugnado a presidente reeleito

Com 82,43% das urnas apuradas, Mulino, cuja candidatura foi confirmada a menos de 48 horas da votação, despontava com quase 647 mil votos (34,3% do total)

Mulino (E) abraça Martinelli, seu mentor: comemoração antecipada  -  (crédito:  AFP)
Mulino (E) abraça Martinelli, seu mentor: comemoração antecipada - (crédito: AFP)

Impedido de tentar voltar ao Palácio de Las Garzas após ser condenado à prisão por lavagem de dinheiro, o ex-presidente do Panamá Ricardo Martinelli conseguiu fazer seu ex-ministro José Raúl Mulino vitorioso nas urnas. Com 82,43% das urnas apuradas, Mulino, cuja candidatura foi confirmada a menos de 48 horas da votação, despontava com quase 647 mil votos (34,3% do total), 164 mil a mais do que o ex-cônsul Ricardo Lombana, o segundo colocado. No Panamá, não há segundo turno. Vence quem tem mais votos.

Aos 64 anos, Mulino se tornou candidato da oposição em um procedimento polêmico de troca de cabeça de chapa após a inabilitação de Martinelli, que despontava nas pesquisas. Por não ter passado por primárias e por não ter um vice-presidente, foi contestado. Mantendo os panamenhos em suspense, a Justiça validou a candidatura apenas na última sexta-feira.

Durante toda a campanha, Mulino permaneceu como favorito, com o dobro das intenções de voto em relação aos três principais concorrentes. O ex-presidente social-democrata Martín Torrijos, o ex-chanceler Rómulo Roux e Lombana, de centro-direita, buscaram, sem sucesso, o voto anti-Martinelli.

Cercado por jornalistas, Mulino votou cedo e depois visitou Martinelli na Embaixada da Nicarágua, onde o ex-presidente se refugiou, em fevereiro, para evitar a prisão. “Irmão!” e “Vamos ganhar!”, disseram quando se abraçaram em um salão da embaixada, conforme um vídeo publicado por Martinelli na rede social X.

Além de escolher o chefe de Estado, 3 milhões dos 4,4 milhões de panamenhos foram chamados a eleger 71 deputados e os governos locais. Em um país sem partidos de esquerda, os candidatos fizeram promessas semelhantes: empregos em abundância, dinamismo econômico e reformas anticorrupção.

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postado em 06/05/2024 03:00
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