
Presidente da França, Emmanuel Macron proferiu um discurso à nação nesta quarta (5/3) e classificou a Rússia como uma ameaça à Europa. Macron defendeu a união continental em prol da defesa da Ucrânia e sugeriu o uso de arsenal nuclear francês para aliados europeus.
"Decidi abrir o debate estratégico sobre a proteção de nossos aliados no continente europeu através da nossa dissuasão nuclear", declarou, segundo a Agência France-Press.
O presidente também criticou a administração dos Estados Unidos por Donald Trump. Macron qualificou como "incompreensíveis" as tarifas norte-americanas sobre produtos europeus e desaprovou o alinhamento do país a Moscou.
Trump esclareceu o desejo de acabar com a guerra na Ucrânia por meio de negociações diretas com Moscou, que invadiu a ex-república soviética em fevereiro de 2022. Macron acusou a Rússia de ter "transformado o conflito ucraniano em um conflito mundial" que afeta os países da Europa.
O chefe de Estado dos EUA afirmou que os franceses devem "estar preparados para que os Estados Unidos decidam impor tarifas aos produtos europeus", como fizeram com Canadá e México. "Essa decisão, incompreensível tanto para a economia dos Estados Unidos quanto para a nossa, terá consequências para algumas de nossas indústrias", advertiu Macron.
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Macron pontuou que os países europeus não deixem a segurança do continente na responsabilidade dos Estados Unidos: "Quero acreditar que os Estados Unidos permanecerão ao nosso lado, mas devemos estar preparados se isso não acontecer".
Conforme a Campanha Internacional para Abolição das Armas Nucleares (ICAN), existem cerca de 12 mil bombas nucleares no mundo atualmente. Entre elas, a Rússia detém a maioria (5.889), seguida pelos EUA (5.224). A França possui 290 armas de destruição em massa nos arsenais.