ESTADOS UNIDOS

O ex-Super-Homem que vai virar agente para deportar imigrantes nos EUA

Dean Cain, que foi o Super-Homem em série de TV, anunciou que se juntará ao ICE, em meio à campanha dos EUA para recrutar novos funcionários no serviço de imigração

Cain disse que quer
Cain disse que quer "proteger" os EUA - (crédito: Getty Images)

O ex-intérprete do Super-Homem, o ator Dean Cain, anunciou que está planejando se juntar ao Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês). O órgão está por trás do esquema de deportações intensificado pela administração de Donald Trump.

Em uma entrevista na quarta-feira (6/8), Cain, que já é um oficial de segurança empossado, disse: "Serei empossado como agente do ICE o mais rápido possível".

A declaração veio após ele divulgar um vídeo incentivando o público a se juntar ao serviço de imigração, como parte de uma campanha de recrutamento promovida pelo ICE.

Cain interpretou o papel do Super-Homem entre 1993 e 1997 na série de TV Lois & Clark: As Novas Aventuras do Superman.

O ator continuou atuando em diversos outros filmes e séries de TV, além de também ter trabalhado como diretor.

Recrutamento do ICE

No final de julho, o ICE anunciou que pretende recrutar mais 10 mil novos profissionais, dobrando o número de funcionários da agência à medida que intensifica as deportações em todo o país.

O ICE está especialmente interessado em contratar oficiais de deportação, além de advogados, investigadores criminais, avaliadores de vistos estudantis e outros cargos.

Falando à Fox News na quarta-feira, Cain disse: "Divulguei um vídeo de recrutamento ontem — na verdade, sou um delegado adjunto empossado e um policial da reserva — não fiz parte do ICE, mas assim que publiquei isso e vocês mencionaram um trechinho no programa, a coisa explodiu."

"E agora já conversei com alguns oficiais do ICE e serei empossado como agente do ICE o mais rápido possível."

Dean Cain em foto de 2024 em tapete vermelho
Getty Images
Cain disse que quer "proteger" os EUA

"As pessoas precisam se posicionar. Eu estou me posicionando. Espero que vários outros ex-agentes também se posicionem, e que a gente atinja essas metas de recrutamento imediatamente e ajude a proteger este país", acrescentou Cain.

A BBC News entrou em contato com o Departamento de Segurança Interna (DHS) dos EUA para comentar o assunto, mas não teve resposta.

O presidente Donald Trump prometeu aumentar o ritmo das deportações no país para um milhão por ano.

Como parte desse esforço, houve um aumento nas operações de imigração desde que Trump assumiu a presidência.

Essas ações provocaram protestos em várias cidades dos EUA, com críticos alegando que as batidas são ilegais.

Em 29 de julho, o ICE anunciou que estava oferecendo bônus de recrutamento de até 50 mil dólares (cerca de R$ 274 mil) e ajuda com empréstimos estudantis para americanos interessados em participar do programa de deportações do governo Trump.

Como parte da campanha de recrutamento, o DHS divulgou cartazes semelhantes aos usados durante a Segunda Guerra Mundial, com frases como "A América precisa de você" e "Defenda a Pátria", acompanhadas de imagens do Tio Sam, do presidente Donald Trump, da secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, e de outros oficiais.

Até quarta-feira, a agência informou que havia recebido mais de 80 mil candidaturas para as 10 mil vagas disponíveis. Falando à Fox News, Noem afirmou que os limites de idade para os candidatos foram removidos.

O ICE conta atualmente com 20 mil agentes e pessoal de apoio, distribuídos em 400 escritórios pelo país.

A campanha de recrutamento ocorre poucas semanas após Trump sancionar seu amplo projeto de lei de gastos.

O projeto destinou mais de 76 bilhões de dólares (R$ 416 bi) ao ICE — quase 10 vezes mais do que a agência vinha recebendo anteriormente — tornando-o o órgão federal de segurança pública com o maior orçamento dos Estados Unidos.

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BBC
Alys Davies - BBC News
postado em 07/08/2025 16:02 / atualizado em 07/08/2025 17:57
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