
Um terrorista do Estado Islâmico (ISIS) e membro dos "Beatles do terror" está preso desde 2022 por uma série de crimes brutais. El Shafee Elsheikh, 33 anos, apelidado de Ringo — em "homenagem" ao baterista dos Beatles —, foi condenado a prisão perpétua por participar do sequestro que resultou na decapitação de jornalistas e trabalhadores humanitários estadunidenses — crime bruta que ainda foi transmitido ao vivo pela internet.
Assim como os integrantes do famoso grupo de Liverpool, Ringo e os "Beatles do Terror" cresceram na Inglaterra. El Shafee Elsheikh nasceu no Sudão, mas deixou o país aos 5 anos, quando os pais fugiram de conflitos armados no país. A família conseguiu cidadania britânica e passou a viver nos arredores de Londres.
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Em 2012, Elsheikh mudou-se para a Síria e alistou-se no Estado Islâmico. Por lá, se juntou com outros três ex-moradores de Londres e iniciou um esquadrão de decapitadores, que ficaria conhecido como "Beatles do terror"
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A fama dos envolvidos cresceu através da internet. Em diversos vídeos, protagonizam execuções de diferentes pessoas, classificadas como "inimigas do islamismo". O principal objetivo era estabelecer um califado radical no Oriente Médio.
Cada um dos integrantes do quarteto terrorista recebeu como apelido o nome de um integrante da famosa banda de Liverpool. Jihadi John, Aine Davis e Alexanda Kotey receberam os nomes de John, Paul e George. Já El Shafee recebeu o apelido de Ringo. Segundo informações do governo dos EUA, o quarteto foi responsável por 27 decapitações.
Os apelidos foram dados por reféns do grupo. Em entrevista à AFP, Nicolas Hénin, que foi prisioneiro dos "Beatles por dez meses, explicou os apelidos. “Desde o primeiro dia, sozinho na minha cela, dei apelidos aos meus carcereiros. Era uma forma de quebrar o anonimato e ridicularizá-los. Faz parte dos reflexos de sobrevivência do refém”, acrescenta. Devido aos fortes sotaques britânicos dos terroristas, os apelidos foram o nome dos integrantes dos Beatles.
O Paul, dos "Beatles do terror", foi preso na Turquia em 13 de novembro de 2015. Ele foi condenado a sete anos e meio de prisão por crimes de terrorismo por um tribunal turco.
Ringo e George foram presos no Iraque e transferidos para os Estados Unidos. Já o membro mais notório do grupo terrorista, que recebeu o apelido de John, também foi assassinado — assim como o membro dos Beatles. Ele tornou-se conhecido por aparecer nos vídeos de execuções, e acabou morto por um drone dos Estados Unidos em 2015.
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Destituído da cidadania britânica, Ringo luta agora para deixar o presídio nos Estados Unidos e cumprir a pena na Inglaterra. De acordo com ele, o intuito é poder estar mais perto de onde família e amigos estão. Apesar de ter comunicado à família sobre o pedido, o governo americano não se pronunciou sobre o pedido.
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